domingo, 27 de fevereiro de 2011

Após saída de LeBron, Varejão diz que fãs vivem relação de ódio com os Cavs

Não é fácil para qualquer torcedor que ficou acostumado durante anos a acompanhar sua equipe disputando títulos ver o cenário mudar completamente da noite para o dia. Foi assim com o Cleveland Cavaliers, franquia que lutava pelo campeonato da NBA quando tinha LeBron James e que vive a pior crise de sua história depois da saída do astro.

Companheiro de James na sua estadia em Cleveland, o brasileiro Anderson Varejão, que se recupera de uma cirurgia no tornozelo e não joga desde o dia 5 de janeiro, admitiu em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br que o clima na cidade, entre os torcedores, foi do céu ao inferno.

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“A principal mudança, claro, foi a reação da torcida do Cleveland. Antes era uma relação de paixão e hoje é de ódio”, afirmou o brasileiro, por e-mail. Varejão se recupera de uma cirurgia que o tirou da temporada da NBA e, muito provavelmente, deve afastá-lo da seleção brasileira que irá buscar uma vaga na Olimpíada de Londres-2012 por meio do Pré-Olímpico das Américas, que começa no mês de agosto.

Varejão e LeBron eram próximos quando atuavam juntos pelo Cleveland Cavaliers, onde conduziram a equipe a cinco aparições consecutivas nos playoffs da NBA, incluindo uma final. Porém, o brasileiro disse que devido ao calendário desgastante da temporada, acaba falando com o astro apenas quando Cavs e Miami Heat, atual equipe de James, se enfrentam.

“Hoje em dia só nos encontramos nos jogos. E isso acontece também quando enfrento Nenê, Leandrinho e Splitter, porque é tudo muito corrido, falamos pouco por falta de tempo, na temporada nos encontramos somente nos jogos, porque a rotina de treinos, partidas e viagens é extremamente desgastante”, explicou Varejão.

Depois da polêmica saída do maior jogador da sua história após o fim de seu contrato, (James anunciou em um programa especial da ESPN norte-americana que estava a caminho do Miami Heat e não renovaria seu vínculo com os Cavaliers, equipe pela qual havia jogado desde que entrou na liga até então), a franquia de Cleveland vive seu pior momento.

Não bastasse a pior campanha da NBA, com apenas dez vitórias em 56 jogos, os Cavaliers amargaram 26 derrotas consecutivas, um recorde na história dos esportes norte-americanos. Boa parte disso aconteceu por causa das lesões de titulares importantes como Mo Williams, melhor passador do time, e do próprio Varejão, líder em rebotes e em tocos na equipe.

Quebra do tabu

A série negativa foi quebrada com uma suada vitória na prorrogação contra o Los Angeles Clippers, por 126 a 119, no dia 11 de fevereiro. “O Cleveland vinha fazendo alguns bons jogos, apesar de tudo, dos desfalques, das lesões, de todos os problemas que a equipe enfrentou. A vitória contra o Los Angeles Clippers foi mais do que uma vitória, foi um alívio, impediu um recorde negativo que marcaria muito esse grupo. E essa equipe não merecia isso. É muito ruim estar fora, é difícil ver a equipe perdendo tantos jogos em sequência, sem poder ajudar, ficar fora é muito pior, preferia estar lá dentro, mesmo nas derrotas, perdendo ao lado com eles”, revelou o ala-pivô capixaba.

Depois de vencer os Clippers, os Cavaliers conseguiram uma heroica vitória contra o Los Angeles Lakers, atual bicampeão da NBA, logo antes da pausa para o final de semana das estrelas. “A vitória foi boa, claro, principalmente pelo retrospecto recente dos Lakers, atuais campeões, e talvez tenha tido um pouco mais de repercussão pelo momento que o Cleveland vive, da fase ruim no campeonato contra uma das forças da competição. A campanha é ruim, ninguém está satisfeito, mas ninguém está pensando no ano que vem, está pensando nesta temporada, em jogar bem, em vencer o maior número de partidas possível, terminar o ano de cabeça erguida. Empenho e vontade não vão faltar”, disse.

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