quarta-feira, 7 de julho de 2010







Alemanha 0 x 1 Espanha - Copa terá campeão inédito!
Campinas, SP, 07 (AFI) - Doze anos depois a Copa do Mundo voltará a ter um campeão inédito, assim como aconteceu em 1998 com a França. A Espanha garantiu pela primeira vez na história uma vaga à decisão contra a Holanda. Com uma marcação sólida e eficiente, a Fúria contou com um gol desta vez do zagueiro Puyol, para bater a Alemanha, por 1 a 0, na tarde desta quarta-feira, no Estádio Moses Mabhida, em Durban.

Com esta vitória história, a seleção ibérica garante o direito de disputar a tão sonhada taça da Copa contra a Holanda, que eliminou o Uruguai. A grande final será no próximo domingo, às 15h30 - horário de Brasília -, no Soccer City, em Joanesburgo. Aos alemães resta disputar de novo o terceiro lugar contra os uruguaios, sábado, às 15h30.

A classificação à final confirmou a grande fase vivida pelos espanhóis nos últimos anos. Há dois anos, o time conquistou sobre esta mesma Alemanha - e também pelo placar de 1 a 0 - o título da Eurocopa. É a melhor fase vivida pelo time latino, que a exemplo da Laranja Mecânica, sempre teve fama de amarelar em jogos decisivos.

Outro fato curioso é que desde 1978 não ocorria uma final de Copa sem as presença de pelo menos uma equipe campeã mundial. Desde a Copa de 1982, Alemanha, Brasil e Itália sempre chegaram à final. Curiosamente, em 78, a Holanda também foi finalista e acabou derrotada pela Argentina, que também conquistaria seu primeiro título mundial. Será este um sinal positivo à Espanha?

Vale lembrar: em apenas seis oportunidades, duas equipes que nunca haviam conquistado títulos se enfrentaram em uma final de Mundial: 1930 (Uruguai x Argentina), 1934 (Itália x Tchecoeslováquia), 1954 (Alemanha x Hungria), 1958 (Brasil x Suécia) e 1978 (Argentina x Holanda). A Espanha também conquistou sua melhor classificação na história das Copas, já que nunca foi finalista.

Alemães barrados
Ao contrário do ocorrido nos duelos contra Inglaterra e Argentina, a Alemanha não conseguiu impor seu futebol no início e, muito menos, abrir o placar logo de cara. Com uma forte marcação na saída de bola e buscando valorizar a posse da bola, a Espanha teve um ligeiro domínio nos primeiros minutos.

A primeira chance de perigo do jogo (se é que pode ser considerada como tal) aconteceu aos seis minutos. O atacante Pedro, que ganhara a vaga de Fernando Torres, lançou o artilheiro David Villa nas costas da zaga. Ele tentou dominar, mas o goleiro Neuer interceptou bem.

Pressionados em seu campo de defesa, os alemães erraram passes em demasia, e o jogo seguiu sem grandes emoções. A Fúria voltou a assustar aos 14 minutos. O meia Xavi levantou pelo lado direito e o zagueiro Puyol, sem marcação, cabeceou rente ao travessão.

Os espanhóis chegaram a ter 68% da posse de bola, mas também não conseguiram pressionar. No final da etapa, Alemanha se aproveita da queda de rendimento físico do adversário para sair um pouco mais de trás. Em sua melhor chance, aos 46, a tricampeã do mundo quase fez com Özil, que recebeu livre na área, mas foi desarmado.

Fúria de Puyol
No segundo tempo, a Espanha voltou a ainda mais incisiva e conseguiu imprimir uma grande pressão. E menos de 15 minutos foram três grandes chances com Xabi Alonso, David Villa e Iniesta. A melhor delas foi aos 13. troca passes no ataque. Xabi Alonso bateu e Neuer fez grande defesa no canto direito.

Depois dos seguidos sustos, a Alemanha se animou um pouco e poderia ter aberto o placar, não fosse o goleiro Casillas. Aos 24 minutos, o atacante Podolski cruzou pelo lado esquerdo e Toni Kroos finalizou de primeira para bela defesa do camisa 1 espanhol.

Quando tudo levava a crer que os alemães colocariam fogo no jogo, os espanhóis abriram o placar. Xavi cobrou escanteio pelo lado esquerdo e Puyol subiu alto para marcar de cabeça. Após o gol, a seleção germânica foi para o ataque na base do desespero.

Nos últimos minutos, o jogo ficou aberto. A Alemanha foi para o tudo ou nada, mas acabou se abrindo. Aos 37, o atacante Pedro desperdiçou uma grande oportunidade de liquidar a fatura. Ele escapou com liberdade, mas em vez de tocar para Fernando Torres, livre, preferiu segurar e acabou desarmado.

Ficha Técnica

Alemanha 0 x 1 Espanha

Local: Estádio Moses Mabhida, em Durban
Árbitro: Viktor Kassai (HUN)
Gols: Puyol aos 28'/2T (Espanha)

Alemanha
Neuer, Lahm, Friedrich, Mertesacker e Boateng (Jansen); Schweinsteiger, Khedira (Mário Gomez),
Trochowski (Kroos), Özil e Podolski; Klose.
Técnico: Joachim Löw

Espanha
Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Busquets, Xabi Alonso (Marchena), Xavi, Iniesta e Pedro (David Silva); David Villa (Fernando Torres).
Técnico: Vicente del Bosque






Uruguai 2 x 3 Holanda - Holanda sofre, mas vence o Uruguai e avança à final
Campinas, SP, 06 (AFI) - A Holanda, considerada favorita para vencer o Uruguai na semifinal da Copa do Mundo, entrou em campo e provou que deixou de ser um time "amarelão" nesta terça-feira, ao derrotar os rivais por 3 a 2. O jogo aconteceu no Estádio Green Point, na Cidade do Cabo, e a Laranja conquistou a classificação para a final da Copa pela primeira vez desde 1978, quando decidiu o título mundial contra a Argentina, perdendo por 2 a 1.

Com a vitória, os holandeses aguardam o resultado de Espanha e Alemanha, que fazem a outra semifinal da Copa, nesta quarta-feira, às 15h30. Existe a possibilidade de uma reedição da final de 1974, caso os alemães avancem. No século passado, deu Alemanha, por 2 a 1 em cima da Holanda de Cruyff e Rinus Michels, conhecida como Carrossel Holandês.

Os uruguaios ainda terão a partida do terceiro lugar para fazer, no próximo sábado, com adversário ainda a definir. Ao final desta semifinal, os sul-americanos, que tanto fizeram neste Mundial, não terão nenhum representante na decisão. Vale lembrar que haviam quatro times do continente nas quartas-de-final.

Equilíbrio total
Apesar do grande favoritismo atribuído à seleção da Holanda, o jogo foi equilibrado desde o começo. Os europeus lançaram-se à frente, enquanto que o Uruguai, desfalcado de Lugano, se fechava para atuar nos contra-ataques. O resultado foi um duelo truncado e de poucas oportunidades. A primeira foi da Laranja, aos três minutos. No lance, Robben avançou pela ponta e cruzou. A zaga rebateu, e na sobra, Sneijder alçou novamente na área, para um corte mal feito do goleiro Muslera. Kuyt ficou com a bola, e livre, acabou chutando por cima do gol.

Bem fechado atrás, o time uruguaio via a seleção européia dominar a posse de bola, sem conseguir criar. Se não dava para ultrapassar o ferrolho sul-americano, a alternativa era o chute de longa distância. Em um deles, o Carrossel Holandês chegou abriu o placar. Aos 18 minutos, o capitão do time, Van Bronckhorst, recebeu pela lateral-esquerda e experimentou de muito longe. O jogador acertou um petardo, que rebateu na trave antes de estufar as redes de Muslera, em um dos mais belos gols deste Mundial.

Após marcar o tento, a Holanda adotou seu estilo de jogo pragmático, valorizando a posse de bola e buscando a rápida saída nos contra-ataques pelas pontas, principalmente com Robben. O Uruguai perdeu a timidez em busca do empate, mas também esbarrou na defesa holandesa. Foi aí que Forlán, craque do time, resolveu dar o ar da graça para empatar o jogo.

Aos 40 minutos, o camisa 10 recebeu a bola na intermediária, avançou em direção à área adversária e desferiu um potente chute de direita. Stekelenburg, traído pela Jabulani, espalmou a bola, mas não conseguiu evitar o tento. A famigerada bola da Copa fez uma repentina curva para o meio do gol, pegando o goleiro no contrapé. E assim, o primeiro tempo terminou empatado por 1 a 1, com dois belos gols de fora da área.

Pressão holandesa
A Holanda voltou para o segundo tempo disposta a matar o jogo. Para isso, tirou o volante De Zeeuw para a entrada do armador Van der Vaart. A alteração surtiu efeito, já que a Laranja jogou em cima do Uruguai o tempo todo. A "retranca", porém, era bem montada, e o time se limita a alçar bolas na área, todas bem rebatidas pelo time sul-americano, que ainda levou perigo em cobrança de falta, com Forlán. No lance, Forlan bateu firme de fora da área, para uma boa defesa de Stekelenburg, aos 21 minutos.

Os holandeses responderam aos 23, quando Van Persie achou um raro espaço na zaga uruguaia para lançar Van der Vaart. O jogador recebeu e arrematou de esquerda. Muslera defendeu, e no rebote, Robben chutou por cima do gol, perdendo gol feito. O lance de perigo animou a Laranja, que aumentou a pressão sobre o adversário e desempatou o duelo um minuto depois. Após receber bola na entrada da área pela esquerda, Sneijder cortou para dentro e arriscou o chute. A bola desviou na marcação uruguaia e enganou Muslera, morrendo calma nas redes do Estádio Green Point.

Fim de papo...
Um gol atrás no placar, o Uruguai resolveu partir para cima, mas não teve muito tempo para sustentar uma pressão em cima do adversário. Aos 27 minutos, os holandeses mataram o duelo, com um gol de seu outro craque, Robben. No lance, Kuyt cruzou da esquerda, e Robben se antecipou à zaga, cabeceando firme no canto direito do goleiro sul-americano.

A situação ficava difícil para o Uruguai, enquanto que a Holanda passava a administrar a posse de bola, resguardando-se na defesa e esperando o tempo passar. Robben ainda perdeu a chance de ampliar o placar, enquanto que o Uruguai, após quase tomar o tento, conseguiu diminuir com Maxi Pereira, em bom chute colocado de esquerda, já aos 46 minutos. A pressão que se sucedeu foi grande, mas não rendeu ao Uruguai o tento salvador.

Ficha Técnica

Uruguai 2 x 3 Holanda
Local: Estádio Green Point, Cidade do Cabo, na África do Sul
Árbitro: Ravshan Irmatov (UZB)
Cartões amarelos: Maxi Pereira e Cáceres (Uruguai); Sneijder (Holanda).
Gols: Forlán aos 40'/1T (Uruguai) e Maxi Pereira aos 46'/2T; Van Bronckhorst aos 18'/1T, Sneijder aos 24'/2T e Robben aos 27'/2T (Holanda).

Uruguai
Muslera; Maxi Pereira, Godín, Victorino e Cáceres; Gargano, Arévalo, Diego Pérez e Álvaro Pereira (Abreu); Diego Forlán (Sebastián Fernández) e Edinson Cavani.
Técnico: Oscar Tabarez

Holanda
Stekelenburg; Boulahrouz, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst; De Zeeuw (Van der Vaart), Van Bommel e Sneijder; Robben (Elia), Kuyt e Van Persie.
Técnico: Bert van Marwijk