domingo, 27 de junho de 2010

Após eliminação, imprensa inglesa detona jogadores e árbitro
Campinas, SP, 27 (AFI) - A precoce eliminação da Inglaterra na Copa do Mundo, virtude de uma derrota histórica de 4 a 1 frente à Alemanha em jogo válido pelas oitavas-de-final, não foi bem digerida pela imprensa inglesa. Os noticiários do país foram duros com os jogadores do English Team, mas também não pouparam o árbitro Jorge Larrionda (URU), que deixou de marcar um gol legítimo após não ver o chute do meia Lampard cruzar a linha do gol, ainda no primeiro tempo e quando a partida estava 2 a 1 para os alemães.

Em sua versão online, o "The Sun", conhecido pelo seu sensacionalismo, afirmou: "Fracassados de Fabio são humilhados em Bloemfontein", fazendo alusão ao nome do técnico Fabio Capello e estampando em sua capa a foto de Lampard, enquanto este se lamentava pelo gol não marcado.

O "The Guardian" ressaltou que "as esperanças inglesas nalfragaram com o tento não marcado, enquanto que a Alemanha navegou para uma fácil vitória". O tablóide Daily Mirror cravou: "Três Leões são assassinados por Mueller e pelo juiz", fazendo alusão aos dois gols marcados por Muller e à lambança da arbitragem. Enquanto isso, a BBC destacou a vitória alemã sobre uma "sombria Inglaterra".

Por fim, o site Soccernet.com afirmou que a seleção inglesa foi "destruída após a gafe envolvendo o gol de Lampard". O consenso, porém, é de que o técnico Fabio Capello não foi o principal culpado pela derrota, já que vários destes veículos também pediram sua permanência.
Brasil x Chile - Time canarinho enfrenta velho freguês por vaga nas quartas
Campinas, SP, 27 (AFI) - Nesta segunda-feira, o Brasil finalmente começa sua jornada na fase de mata-mata da Copa do Mundo ao enfrentar o Chile, às 15h30, no Estádio Ellis Park, em Joanesburgo, pelas oitavas-de-final. O adversário é um freguês de velha data, e muito se espera da Seleção, que retorna ao palco de sua estreia no Mundial, onde bateu a Coreia do Norte por 2 a 1.

A equipe, comandada pelo técnico Dunga, encerrou sua participação na primeira fase com sete pontos, no topo do Grupo G, enquanto os chilenos ficaram em segundo, no Grupo H, com seis pontos conquistados. Havia a chance de um confronto entre Brasil e Espanha, mas a Fúria selou sua classificação no primeiro lugar, empurrado o time sul-americano, comandado por Marcelo Bielsa, para um duelo contra a seleção canarinho.

O Brasil é considerado amplo favorito para o jogo, já que além de ter mais qualidades individuais, leva vantagem no retrospecto. Em Copas do Mundo, foram duas partidas entre brasileiros e chilenos, ambas com vitória do Brasil, e de goleada. Em 1962, o time de Garrincha bateu os anfitriões daquele Mundial por 4 a 2, enquanto que no último confronto entre as duas seleções, em 1998, o selecionado brasileiro ganhou por 4 a 1, com dois gols do atacante Ronaldo, na fase de oitavas-de-final.

Na era Dunga, foram cinco partidas contra os adversários desta segunda-feira, com cinco vitórias brasileiras e 20 gols marcados, seis deles anotados por Robinho, que atuou em quatro destes cinco duelos.

Dúvida
O técnico Dunga ainda não definiu a escalação titular do Brasil para o jogo. A dúvida fica por conta do volante Felipe Melo, que machucou o tornozelo na partida contra Portugal, e não tem presença garantida. Caso não tenha condições de jogo, o atleta deverá ser substituído por Josué ou Ramires, enquanto que Kléberson corre por fora.

Por outro lado, os retornos são animadores. Os meias Elano e Kaká, e o atacante Robinho, voltam para reforçar o time canarinho, e em boa hora, já que o selecionado nacional mostrou sentir a falta dos jogadores no empate por 0 a 0 contra os lusos, na última sexta-feira (25).

Retrospecto não ganha jogo
Questionado sobre o ótimo retrospecto que ostenta sobre os adversários nas oitavas-de-final, Dunga afirmou que os números não passam de estatística, e que dentro de campo a história é diferente.

"O que passou fica na estatística. O importante é o jogo de agora. Vitórias passadas só valem para dizer para os amigos que vencemos esses jogos, mas de nada vale para nós agora, o importante sempre é o próximo jogo", ressaltou o treinador brasileiro. A esperança do torcedor brasileiro é de que o Brasil que entre em campo seja o mesmo que bateu a Costa do Marfim por 3 a 1, ao contrário daquele que sofreu para bater a Coreia do Norte e empatar com Portugal.

Medo?
Sempre ofensivo, o técnico Marcelo Bielsa não ficou muito feliz com a segunda colocação de sua equipe no Grupo H. Ao saber que enfrentaria o Brasil, o treinador deu sinais de desolamento e tristeza momentos após o final da partida entre sua equipe e a Espanha, vencida pela Fúria por 2 a 1.

O treinador ainda tem algumas dúvidas para escalar o Chile. Ponce e Medel receberam o segundo amarelo diante dos espanhóis e estão suspensos, enquanto que Estrada foi expulso no mesmo duelo e também não pode jogar. Os desfalques, aliados ao inconsciente medo de perder do treinador, que é freguês de Dunga nos confrontos, podem fazer com que o Chile abdique de seu jogo ofensivo para se resguardar mais na defesa.

Ficha Técnica

Brasil x Chile
Local: Estádio Ellis Park, em Joanesburgo, na África do Sul
Data: 28/06/2010
Horário: 15h30 (de Brasília)
Árbitro: Howard Webb (ING)

Brasil
Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo (Josué), Elano e Kaká; Robinho e Luís Fabiano.
Técnico: Dunga

Chile
Bravo, Isla, Contreras, Jara e Vidal; Carmona, Millar, Fernández e Sánchez; Beausejour e Suazo.
Técnico: Marcelo Bielsa





Argentina 3 x 1 México - Tévez dá show e hermanos esperam a Alemanha
Campinas, SP, 27 (AFI) – A Argentina voltou a mostrar um bom futebol e não deu chances para o México neste domingo, quando goleou por 3 a 1, no Estádio Soccer City, em Johanesburgo, carimbando o passaporte para as quartas-de-final da Copa do Mundo.

Agora, os hermanos terão mais um confronto duro pela frente. Na próxima quinta-feira, a Argentina vai enfrentar a Alemanha, às 11 horas, na Cidade do Cabo. Os alemães eliminaram a Inglaterra também neste domingo, após golearem por 4 a 1.

A derrota para a Argentina manteve uma escrita na seleção mexicana. Essa foi a quinta vez seguida que o time caiu nas oitavas-de-final da Copa do Mundo. Além disso, em 2006, as duas seleções se enfrentam e os hermanos venceram por 2 a 1 na prorrogação.

México começa melhor, mas...
Ao contrário do que muitos esperavam, quem criou as melhores jogadas de gol no começo do jogo foi o México. Aos sete minutos, Salcido bateu forte de fora da área e a bola explodiu no travessão. Na sequência foi a vez de Guardado arriscar, mas mandou para fora, assustando o goleiro Romero.

Os hermanos criaram a primeira chance aos 12, quando Messi tentou encobrir Pérez, que fez tranqüila defesa. Dois minutos depois, Hernández recebeu na entrada da área e bateu forte. A bola passou raspando a trave.

Quem não faz toma!
O México foi castigado aos 24 minutos, depois de perder muitas chances de gol. Tevez recebeu lançamento e dividiu com o goleiro. A bola sobrou para Messi que tocou por cima de Pérez e o ex-atacante do Timão desviou no meio do caminho para o fundo da rede. Os mexicanos reclamaram muito do árbitro alegando que Tevez estava em impedimento, o que realmente aconteceu.

O castigo ainda maior aconteceu aos 32 minutos. Osório não conseguiu dominar a bola que sobrou para Higuain. O artilheiro driblou o goleiro e tocou para o gol aberto, balançando as redes adversárias pela quarta vez na Copa. A resposta da seleção mexicana veio dois minutos depois, quando Salcido bateu de fora da área e parou nas mãos do goleiro argentino.

A Argentina criou mais dois lances de perigo antes do intervalo. Aos 37, Di Maria fez boa jogada individual e bateu para boa defesa de Pérez. Tevez tentou completar no rebote, mas parou na marcação. Na sequência, Higuaín desviou mal cruzamento de Otamendi e mandou para fora.

Fechou o caixão!
O México voltou do intervalo animado para buscar o empate e evitar a eliminação precoce, mas Tevez jogou um balde de água fria logo aos seis minutos. O atacante dominou de fora da área e acertou um lindo chute no ângulo de Pérez, que pulou, mas não conseguiu alcançar a bola.

Após tomar o terceiro gol, o México criou três oportunidades. Na primeira, Barrero arriscou de fora da área e a bola foi na rede pelo lado de fora. Depois foi a vez de Salcido chutar, mas o goleiro Romero mandou para escanteio. Na cobrança, Hernández cabeceia por cima do gol.

Aos 25, Giovani dos Santos cruzou para a área e Barrero desviou, mas a zaga argentina aliviou em cima da linha. Porém, um minuto depois não teve jeito. Hernandez recebeu passe de Torrado dentro da área e bateu forte, no ângulo de Romero. Com o gol, os mexicanos foram para cima, mas esbarraram na marcação da Argentina, que de retrancou e apostou nos contra-ataques. Aos 45, Messi fez grande jogada individual e bateu forte, mas Perez espalmou para escanteio.

Ficha Técnica

Argentina 3 x 1 México

Local: Estádio Soccer City, em Johanesburgo – África do Sul
Árbitro: Roberto Rossetti (ITA)
Cartões Amarelos:
Gols: Tevez aos 24’/1T e aos 6’/2T e Higuaín aos 32’/1T (Argentina); Hernandez 26’/2T (México)

Argentina
Romero; Otamendi, Demichelis, Burdisso e Heinze; Mascherano, Maxi Rodriguez (Pastore) e Di Maria (Gutierrez); Messi, Higuaín e Tevez (Verón).
Técnico: Diego Maradona

México
Óscar Perez; Ricardo Osório, Rafa Marquez, Rodríguez e Carlos Salcido; Juarez, Torrado, Guardado (Guillermo Franco), Giovani dos Santos e Bautista (Barrero); Javier Hernandez.
Técnico: Javier Aguirre






Alemanha 4 X 1 Inglaterra - Estratégia suicida leva English Team ao naufrágio
Campinas, SP, 27 (AFI) – Em duelo de titãs, a Alemanha levou a melhor e goleou a Inglaterra por 4 a 1 no Estádio Free State, em Bloemfontein, pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo da África do Sul. As duas seleções protagonizaram o melhor espetáculo do Mundial até o momento. Em partida eletrizante, o Eglish Team foi eliminado pelo mesmo gol que lhe deu o título na Alemanha, em 1966.

Em partida onde o camisa 8 Ozil brilhou dentro de campo, os ingleses se despediram da competição depois de terem apresentado uma campanha mediana e um futebol fragilizado, que dependeu de um único jogador, Wayne Rooney, que não apareceu no mundial e seguiu com a sina de nunca ter marcado em uma Copa do Mundo.

As duas equipes foram a campo para retomar um dos clássicos mais memoráveis do futebol mundial em Copas. O EnglishTeam tinha o apoio da sua torcida que tomou Free State. A Alemanha, com a força dos seus jogadores, conseguiu impor seu jogo ofensivo e iniciou a partida pressionando os ingleses.

O clássico
Aos cinco minutos, Ozil invadiu a área inglesa pela direita e, livre, finalizou. O goleiro James saiu bem e fez uma importante defesa com a perna esquerda. Com mais controle do jogo, os germânicos se aventuravam no setor ofensivo. Já os ingleses que, por sua vez, se fecharam no campo de defesa, exploravam os contra-ataques.

Marcado pelo tabu de nunca ter balançada as redes em Copas, o atacante Wayne Rooney se empenhou em busca do seu inédito gol, no entanto, nada passou de uma simples tentativa. Aos 17, ele dominou na esquerda, cortou para o meio em velocidade tentou finalização, mas Boateng, bem colocado, faz o corte. Ele passou em branco.

Gol de Rei
A Inglaterra, fragilizada dentro de campo, não conseguiu segurar por muito tempo o placar de 0 a 0. Aos 20, seu jogadores de defesa deram uma bobeira incrível e o atacante Klose não perdoou. O goleiro Neuer cobrou tiro de meta com força. Aproveitando-se de falha da defesa, o camisa 11, da Alemanha, ganhou de Upson no corpo a corpo e bateu na saída de James. O goleiro se irritou muito com o companheiro.

Com o gol, o atacante germânico se igualou a marca do Rei Pelé, que tem 12 gols marcados em Copas, e está a dois gols do compatriota Gerd Müller, que tem 14, e a três do brasileiro Ronaldo, com 15, sendo o maior artilheiro de todas as Copas.

Alta tensão e muita polêmica
O clima do jogo esquentou como era esperado. O English Team saiu para o jogo em busca do empate, mas acabou cedendo espaço para os alemães que ampliaram. Aos 32, Müller recebeu de Klose na direita, invadiu a área e tocou para Podolski que, na saída do goleiro, o atacante tocou com categoria e ampliou o placar.

Guerreiros dentro de campo, o time de Fabio Capello não se deu por vencido e mostrou o porquê eles são os inventores do futebol. Em menos de um minutos, poderia ter acontecido um empate histórico, se não fosse pela imprecisão de um dos auxiliares de Jorge Larrionda que o induziu ao erro.

Em jogada pela direita, o meio-campo Gerrard dominou alçou na área. Upson, que havia cometido um erro grotesco a favor dos adversários, subiu mais alto que a defesa, aproveitou saída errada de Neuer e cabeceou para o gol vazio.

Um minuto depois de terem descontado, aconteceu um lance polêmico que fez os ingleses relembrarem o passado. Aos 38, Lampard arriscou de longe e acertou um foguete, a bola bateu no travessão, e tocou dentro do gol. Porém, o árbitro, mal posicionado, não viu e mandou seguir o jogo. Esse seria o gol do empate. A história do jogo poderia ter sido diferente.

O troco da arbitragem
Na Copa da Alemanha, em 1966, a Inglaterra bateu a seleção anfitriã por 4 a 2 e ficou com o título mundial. Na ocasião, o atacante Hurst marcou um gol polêmico na prorrogação, ao chutar a bola no travessão e ver a redonda quicar em cima da linha. O árbitro deu o gol e, desde então, nunca se soube se a bola realmente entrou ou não.

Depois de um início de jogo calmo e sem muita emoção, ao final do primeiro tempo as duas seleções proporcionaram um espetáculo digno de um clássico internacional para os mais de 45 mil espectadores que compareceram no Estádio Free State.

E o jogo não para!
Depois de um final da primeira etapa muito disputado, a Inglaterra voltou determinada depois do intervalo e por pouco não empatou a partida. Com 7 minutos, Lampard cobrou falta com perfeição da intermediária e levou muito perigo à meta germânica. Depois de pegar um efeito venenoso, a Jabulani explodiu no travessão. Por pouco o arqueiro Neuer não foi surpreendido.

Com um futebol muito eficiente e uma troca de passes precisa, aos 18, Schweinsteiger recebeu e bateu de direita. O chute saiu rasteiro e a bola passou rente à trave de James.

Em desvantagem no placar, Fabio Capello apostou em uma estratégia suicida diante de uma potente Alemanha. Precisando de um gol para empatar a partida, o treinador colocou seu time à frente e sofreu com o contra-ataque mortal dos germânicos.

Aos 22, Lampard bateu falta em cima da barreira e cedeu contra-ataque. Com categoria, Schweinsteiger cortou para o meio e deixou Müller livre frente ao gol. O meia bateu no canto esquerdo de James e marcou um belo gol.

Insistente em atacar, os ingleses cederam muito espaço para o time de Joachim Löw. Aos 25, depois de um lançamento incrível de Klose, que deixou Ozil em boas condições, o meio-campo ganhou na corrida do defensor, puxou contra-ataque e cruzou rasteiro para Müller que bateu para o gol vazio.

Guerreiro dentro de campo, Gerrard, ao 36, invadiu a área com velocidade, cortou o zagueiro e bate de direita. Neuer se esticou e fez uma grande defesa.

Superiores dentro de campo, a seleção alemã controlou o final da partida e garantiu a classificação para a próxima fase do campeonato. Já os ingleses, voltaram para casa com a triste lembrança de que um dia eles foram beneficiados por um gol que ninguém soube explicar, até hoje, se realmente existiu.

Próximo jogo
Classificada para as quartas-de-final, a Alemanha enfrenta a Argentina no Estádio Green Point, na Cidade do Cabo, às 11horas (de Brasília), no próximo sábado.

Ficha Técnica

Alemanha 4 x 1 Inglaterra
Local: Estádio Free State, em Bloemfontein, na África do Sul
Árbitro: Jorge Larrionda (URU)
Cartões Amarelo: Friedrich (Alemanha); Glen Johnson (Inglaterra).
Gols: Klose 20’/2T e Podolski 32'/1T, Müller 22' 2T e aos 25’/2T (Alemanha); Upson (cabeça) 36'/1T (Inglaterra)

Alemanha
Neuer; Philipp Lahm, Friedrich, Mertesacker, e Jerome Boateng; Khedira, Schweinsteiger, Müller (Trochowski), e Ozil (Kiessling); Podolski e Klose (Mario Gómez).
Técnico: Joachim Löw

Inglaterra
David James; Glen Johnson, Upson, John Terry e Ashley Cole; Barry, Gerrard, Lampard e Milner (Joe Cole); Defoe (Heskey) e Rooney.
Técnico: Fabio Capello






Estados Unidos 1 x 2 Gana - Ganeses mantém a África viva no Mundial
Campinas, SP, 27 (AFI) - Foi sofrido e na prorrogação, mas Gana conseguiu superar os embalados norte-americanos, e venceu a seleção dos Estados Unidos por 2 a 1 na tarde deste sábado, em duelo realizado no Estádio Royal Bafokeng, em Bloemfontein, e válido pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo.

Por ironia do destino, os Estados Unidos conheceram sua primeira derrota neste Mundial, exatamente quando não podiam perder, e novamente são eliminados por Gana em uma Copa, já que em 2006, os africanos tiraram os EUA do Mundial, ainda na fase de grupos. Com a vitória, Gana chega às quartas-de-final pela primeira em sua história nas Copas.

O duelo também serviu para quebrar alguns tabus: pela primeira vez neste Mundial, Gana marcou um gol com bola rolando (os outros dois tentos haviam sido marcados de pênalti). Além disso, o time americano saiu perdendo, e pela primeira vez não conseguiu sair com o resultado positivo na África do Sul.

Agora, os ganenses, único time africano ainda vivo no Mundial, enfrentam o Uruguai, no próximo dia 2 de julho, em Joanesburgo.

Gol no início
O duelo entre Estados Unidos e Gana começou muito movimentado no Estádio Royal Bafokeng. Com cinco minutos de jogo, os americanos já haviam criado sua primeira chance de gol. No lance, Dempsey arriscou chute colocado de fora da área, exigindo boa defesa do goleiro Kingson. Dois minutos depois, veio a resposta dos ganeses, mas com uma diferença - a bola entrou. Após bola roubada no meio-campo, Boateng partiu para cima da zaga americana, limpou para a esquerda e chutou rasteiro no canto, anotando o primeiro tento dos africanos com bola rolando nesta Copa.

Após o gol, porém, a partida caiu de produção. Gana se defendia bem, enquanto que a seleção dos Estados Unidos esbarrava na própria falta de criatividade. O time americano só voltou a criar aos 35 minutos, quando Findley invadiu a área pela direita e bateu rasteiro, esbarrando novamente em Kingson. Dois minutos depois, Gana atacou novamente, e com grande perigo. DeMerit falhou no corte de bolae a bola sobrou para Asamoah, que chutou forte. O bom Howard salvou com os pés. Foi o último bom lance da primeira etapa, que terminou com vantagem para o time ganês.

A história se repete...
O segundo tempo começou com uma sensação de dejavú. Como aconteceu em duas oportunidades neste Mundial, o time americano saiu perdendo, mas foi buscar o resultado. Como também vem acontecendo nesta Copa, Donovan novamente resgatou a equipe do técnico Bob Bradley, e como aconteceu em toda a competição, o time dos Estados Unidos cresceu e muito de produção na volta do intervalo.

Com dois minutos de jogo, Donovan avançou à linha de fundo e cruzou para Altidore, que rolou para o brasileiro Feilhaber. O brazuca tentou dar um toque sutil, para bela defesa de Kingson. Após muito pressionar, a seleção americana chegou ao empate. Dempsey invadiu a área e foi derrubado. Sem dúvidas, o árbitro assinalou pênalti, que o Messias Donovan bateu com categoria no canto esquerdo do goleiro, aos 16 minutos do segundo tempo. Com 31 minutos, Bradley arriscou a sorte de fora da área, exigindo outra defesa de Kingson.

Seis minutos depois, o time americano perdeu uma chance de ouro. Após chutão da defesa, Altidore ganhou da zaga e invadiu a área antes de chutar cruzado, rente à trave do gol ganês, com grande perigo. A chance perdida também foi a última do tempo regulamentar, já que as equipes passaram a se resguardar, com medo de tomar um gol nos momentos finais. Assim, a partida foi para a prorrogação - a primeira da fase de mata-mata deste Mundial.

Sempre ele!
Com três minutos no primeiro tempo da prorrogação, o atacante Gyan colocou os ganeses novamente em vantagem. Após um chutão da zaga do time africano, a bola pingou na área e Bocanegra vacilou, deixando o ganês se antecipar e chutar firme na saída de Howard. Aos oito minutos, Cherundolo cruzou para Bradley, que ganhou do goleiro pelo alto mas cabeceou para fora, perdendo a chance de empatar o duelo.

Ao final dos 15 minutos iniciais, o cenário ficou claro. Como não poderia deixar de ser, Gana abdicou do ataque para segurar o resultado, enquanto que os americanos teriam de furar o bloqueio africano para manter vivas as chances na Copa. Apesar de muito pressionar e lançar uma saraivada de cruzamentos na área africana, os americanos não conseguiram empatar.

No finalzinho, o goleiro Howard foi para a área e disputou bola com seu rival, Kingson, que levou a melhor. Foi o último lance de perigo do jogo, que terminou com vitória de Gana, e por que não, da África.

Ficha Técnica

Estados Unidos 1 x 2 Gana
Local: Estádio Royal Bafokeng, em Rustemburgo, na África do Sul
Árbitro: Viktor Kassai (HUN)
Cartões amarelos: Cherundolo, Bocanegra e Clark (EUA); Mensah e Ayew (Gana)
Gols: Donovan aos 16'/2T (EUA); Boateng aos 4'/1T e Gyan aos 3'/1T da prorrogação (Gana)

Estados Unidos
Howard; Cherundolo, DeMerit, Bocanegra e Jonathan Bornstein; Michael Bradley, Ricardo Clark (Edu), Donovan e Dempsey; Findley (Feilhaber) e Altidore (Gomez).
Técnico: Bob Bradley

Gana
Kingson; Pantsil, Mensah, John Mensah, Sarpei (Addy); Annan, Asamoah, Ayew e Boateng (Appiah); Inkoom e Asamoah Gyan.
Técnico: Milovan Rajevac





Uruguai 2 x 1 Coréia do Sul - Celeste chega às quartas-de-final depois de 40 anos
Campinas, SP, 26 (AFI) – O Uruguai conseguiu uma importante classificação para as quartas-de-final da Copa do Mundo da África do Sul, depois de 40 anos sem conseguir avançar além das oitavas. Na manhã deste sábado, o time celeste bateu a Coréia do Sul por 2 a 1, no Estádio Nelson Mandela Bay, sendo o primeiro a se classificar para a próxima fase do torneio.

Com a vitória, o Uruguai quebrou um tabu histórico. A última vez que os uruguaios avançaram desta fase na competição foi na Copa do México, em 1970, quando o país chegou às semifinais do torneio. Agora, a seleção tenta retomar o protagonismo das décadas de 30 e 50, quando conquistou o bicampeonato.

Já a Coréia do Sul veio para a partida com o objetivo de repetir a surpreendente marca de 2002, quando sediou o Mundial com o Japão, e conquistou o quarto lugar no torneio. No entanto, a força do seu futebol não foi o suficiente para superar a bicampeã. Derrotados, os asiáticos deixaram o gramado em lágrimas. Agora, o Uruguai espera o vencedor entre Estados Unidos e Gana, que se enfrentam neste sábado, mais tarde, para saber quem encara nas quartas-de-final.

Início frenético
Os asiáticos iniciaram a partida pressionando a defesa celeste e por pouco não abriram o placar. Aos quatro minutos, Chu-young cobrou falta com perigo e acertou a trave de Muslera. O lance motivou a equipe de Huh Jung-Moo que seguiu se aventurando no ataque, que porém, não contava com a bobeira do goleiro Jung Sung-Ryong.

Aos dez minutos, Diego Forlán recebeu lançamento na esquerda e cruzou rasteiro na área. A defesa sul-coreana bateu cabeça e deixou a bola para o goleirão que, por sua vez, não conseguiu alcançar o cruzamento e deixou passar para Luis Suarez, que estava livre de marcação dentro da área, e só teve o trabalho de empurrar a Jabulani para o gol vazio.

Com o gol, o atacante Suarez quebrou uma escrita uruguaia de 40 anos sem fazer gol em fase eliminatória da Copa.

Retranca
Com a vantagem no placar, a seleção de Oscar Tabarez proporcionou uma partida cadenciada, trocou passes no meio-de-campo e tentou ditar o ritmo do jogo. Por outro lado, a Coréia não se abateu com o tento que sofreu no início e buscou impor ser futebol atacando com todas as forças a equipe adversária, com isso, cedendo espaço para o contra-ataque.

Aos 20 minutos, Forlán tentou passe pelo meio e acabou sendo desarmado. O uruguaio atuou com muita liberdade na partida, mas não soube aproveitar as oportunidades. Mesmo com dificuldade para superar a retranca celeste, os asiáticos exploravam as jogadas de velocidade com o bom Park Chu-Young. Aos 30 minutos, o camisa 10 avançou pelo meio e finalizou com força, porém, a bola passou pela esquerda da meta de Muslera. O lance levou muito perigo.

Sem conseguir se aproximar da meta adversária, Cha Du-Ri arriscou de longe e tentou surpreender o arqueiro Muslera, aos 41. A bola pegou um efeito venenoso e por pouco não balançou as redes. O técnico Huh Jung-Moo aplaudiu a ousadia do seu jogador. Aos 44, Maxi Pereira deu um chapéu no marcador e soltou a bomba. A bola bateu na mão de Sung-yueng e os uruguaios reclamam pênalti. O juiz Wolfgang Stark nada marcou, e no primeiro tempo foi só.

Segundo tempo
Na etapa complementar, o técnico Huh Jung-Moo colocou a equipe coreana para frente e os jogadores responderam dentro de campo, sufocando o Uruguai. Aos cinco minutos, houve um cruzamento da esquerda, Chu-young deixou passar e Fucile salvou a Celeste ao não deixar a bola chegar em Jae-sung.

Um minuto depois, outro cruzamento na área, Lugano afastou, mas a bola sobrou para Chu-young que, sozinho, soltou a bomba por cima do gol de Muslera. Os asiáticos exploravam as jogadas aéreas e a defesa uruguaia se virava como podia para evitar o empate.

Em jogada rápida, aos dez, Park tentou pela esquerda, e a bola sobrou para Chu-young, que chutou em cima de Victorino. Aos 19, outro lance parecido - Young-pyo tentou o chute, mas carimbou Lugano. No rebote, a defesa afastou o perigo. A seleção de Oscar Tabarez seguiu com a estratégia suicida de chamar a Coréia para o seu campo de defesa - a ideia era explorar os contra-ataques como no primeiro tempo - entretanto, com apenas Suarez no ataque, o atacante se tornou presa fácil.

Frenético!
Insistentes dentro de campo e com muita determinação, os asiáticos surpreenderam e conseguiram empatar a partida. Aos 22, a bola sobrou para Chung-young, dentro da pequena área, e o atacante cabeceou na saída de Muslera e assinalou um gol importantíssimo para os objetivos do seu país no Mundial.

Depois do gol sofrido, o treinador Tabarez mandou seu time para frente, tentando assumir a frente do placar novamente. Aos 29, Suarez recebeu sozinho na esquerda e cabeceou para fora ao invés de dominar e finalizar com mais tranqüilidade. Ele perdeu grande chance.

A defesa sul-coreana não suportou a força do futebol sul-americano, que conseguiu chegar ao seu gol derradeiro. Após cobrança de escanteio de Furlan, aos 35, a zaga afastou para a linha de fundo. Na outra cobrança, a bola sobrou para Suarez, que limpou bonito para o meio e bateu de chapa, com muita curva, marcando um dos mais espetaculares gols deste Mundial.

Com 2 a 1 no placar para a Celeste, a partida ficou eletrizante. A Coréia, guerreira dentro de campo, lutou pelo empate e tentou levar a partida à prorrogação. Aos 42, Dong-cook recebeu sozinho na direita, chutou mascado e Muslera quase leva um frango, mas Lugano, atento no lance, salvou quase em cima da linha.

Essa foi a última oportunidade dos sul-coreanos que saíram de campo aos prantos com a eliminação. Por outro lado, a torcida uruguaia explodiu de alegria com a classificação às quartas-de-final.

Ficha Técnica

Uruguai 2 x 1 Coreia do Sul
Local: Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, na África do Sul
Árbitro: Wolfgang Stark-GER
Cartões Amarelos: Jung-woo, Cha Du-Ri e Yong-hyung (Coréia do Sul);
Gols: Luis Suarez 7’/1T e aos 35’/2T (Uruguai); Lee Chung-young 22’/2T (cabeça) (Coréia do Sul).

Uruguai
Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Diego Godín (Mauricio Victorino) e Fucile; Diego Pérez, Álvaro Pereira (Nicolás Lodeiro) e Arévalo; Edinson Cavani, Luís Suarez (Álvaro Fernández) e Diego Forlán.
Técnico: Oscar Tabarez

Coreia do Sul
Jung Sung-Ryong; Cha Du-Ri, Yong-hyung, Jung-soo e Lee Young-Pyo; Kim Jung-Woo, Ki Sung-Yueng (Yeom Ki-hun), Lee Chung-Yong e Park Ji-Sung; Jae-sung (Dong-gook) e Park Chu-Young
Técnico: Huh Jung-Moo