sábado, 30 de outubro de 2010


Brasil passa sufoco e aciona Sheilla para vencer rival modesto no Mundial

Se a partida inicial contra o Quênia foi bastante tranquila, praticamente um treino oficial, o Brasil fez na madrugada deste sábado sua verdadeira estreia no Mundial feminino de vôlei. E de forma tensa: diante da modesta República Tcheca, o time nacional passou apuros e precisou acionar a oposta Sheilla e ir ao tie-break para conquistar sua segunda vitória na competição ao bater as adversárias por 3 sets a 2, com parciais de 22/25, 25/22, 23/25, 25/20 e 15/09.

Assim como contra as africanas, o Brasil demonstrou uma série de deficiências, especialmente na defesa. Sem o passe na mão, Dani Lins pouco conseguia fazer, e o time mostrava um abatimento constante em quadra. A entrada de Fabíola no fim do terceiro set mudou a postura e a forma de jogar da equipe, que se impôs no final da partida.

Ainda que seja apenas a 37ª colocada no ranking mundial, a República Tcheca inspirava mais cuidados que as quenianas, de forma que o técnico José Roberto Guimarães promoveu a volta da ponteira Natália e da oposta Sheilla ao time - com dores respectivamente no ombro direito e nas costas, as duas haviam sido "preservadas", nas palavras do treinador, no primeiro jogo.

Mas enquanto Sheilla, como de praxe, fez uma boa apresentação, Natália ficou devendo. Mal no passe e precipitada nos ataques, ela chegou a ser substituída por Sassá, mas voltou ao jogo porque a reserva era bastante explorada pelas rivais em sua passagem pelo bloqueio. Com 25 pontos, Aneta Havlickova foi o destaque da partida, ao lado de Sheilla, que fez 27.

Com 100% de aproveitamento, o Brasil volta à quadra neste domingo, às 7h (horário de Brasília) para encarar a Holanda. Nesta primeira fase, quatro dos seis integrantes de cada grupo garantem um lugar na próxima etapa.




Jaqueline ataca contra o bloqueio das tchecas, que venderam caro a derrota para o Brasil
Crédito da imagem: Divulgação/FIVB

A partida

O duelo começou complicado para o Brasil, que voltou a cometer uma série de erros de passe. Porém, se o Quênia não tinha condições técnicas de aproveitar essa deficiência, o mesmo não se pode dizer das tchecas. Forçando o saque principalmente em Natália, elas dificultaram a vida da levantadora Dani Lins, que também pecava na precisão.

Apesar dos problemas, as campeãs olímpicas não deixavam as rivais escaparem e até chegaram a virar o placar, como no 15 a 14, quando a República Tcheca atacou uma bola cruzada para fora. Entretanto, Havelkova bloqueou Jaqueline e as europeias foram para o segundo tempo técnico à frente.

Lances de sorte, como o contra-ataque no qual Jaque atacou na rede, mas a bola passou e caiu no chão adversário, davam a impressão de que o Brasil finalmente entrara no jogo, mas outro mau momento no passe permitiu a virada da República Tcheca e o time de Zé Roberto caiu no primeiro set em uma cortada de Pastulova.

Na segunda etapa o passe continuou longe do ideal, mas a diferença é que o saque do Brasil passou a entrar. Desta forma, as falhas defensivas das tchecas também começaram a aparecer e a equipe verde-amarela conseguiu abrir uma boa vantagem pela frente, como 08 a 04, 12 a 06 e 16 a 07.

Mas, após a última parada obrigatória da segunda etapa, o Brasil voltou desconcentrado para a quadra e a diferença caiu para somente um ponto. Zé Roberto chegou a pedir tempo e antecipou a inversão 5-1, mas quem salvou mesmo a vitória nacional na parcial foi Dani Lins, que além de colocar a bola na mão das atacantes contribuiu com uma boa participação no bloqueio e na defesa. O último ponto da etapa foi de Thaísa.

O passe quebrado persistiu no terceiro set e Zé Roberto promoveu Sassá no lugar de Natália. Entretanto, as falhas no fundamento se seguiram e a República Tcheca só não disparou no placar porque não aproveitava todos os ataques que possuía. Ainda assim, o time europeu aproveitava bastante a passagem da "baixinha" Sassá pelo bloqueio, não era incomodado e chegou a ter 23 a 20.

Com Adenízia e Fabíola em quadra, além da volta de Natália, o Brasil encostou e a diferença caiu para apenas um ponto (23 a 22), mas Sheilla errou um saque em um momento decisivo, facilitando o trabalho das rivais, que voltaram à frente do jogo com um ataque que encerrou o set em 25 a 23.

Fabíola continuou como levantadora na quarta etapa. Vibrando mais, o time voltou melhor e mais à vontade com a maior velocidade imprimida no jogo pela nova distribuição das bolas. Com isto, o Brasil conseguiu manter o domínio da etapa até sua reta final, quando a República Tcheca chegou a ter o contra-ataque para empatar em 20 a 20. Elas, porém, não aproveitaram a chance e pagaram caro por isto: em um ataque de fundo da Sheilla, as brasileiras levaram o jogo para o tie-break.

Na etapa decisiva, brilhou Sheilla, a bola de segurança do Brasil após um início tenso, com pontos trocados entre os dois lados. Um bloqueio no nono ponto deu a impulsão necessárias às campeãs olímpicas tomarem a dianteira até vencerem, em um bloqueio triplo sobre Havlickova.

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