sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O FMX brasileiro e os motores quatro tempos

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Cyro Oliveira, com uma quatro tempos na primeira competição de FMX do Brasil. Crédito: Luiz C. GarciaO legado dos motores dois tempos parece estar cada vez mais próximo do fim no último reduto onde ainda reinava com maioria: o FMX. Essa migração por parte dos freestylers já vem ocorrendo faz algum tempo, de forma menos alardeada é verdade. Thamer Engeli, Fred Johansson e Petr Kuckar são apenas alguns exemplos de europeus que adotaram os quatro tempos.

Todavia, a onda agora parece ter chegado com mais força aos Estados Unidos, o que despertou a atenção por lá. Sobretudo, pela presença de tais modelos sob o comando de pilotos como Jeremy Twitch Stenberg e Todd Potter nos grandes eventos. É claro, o flerte cada vez mais constante entre outros grandes nomes e os quatro tempos também contribuiu.

Seja por conta de uma busca particular por renovação, incentivos atraentes, ou mesmo apreço pelos aspectos técnicos cada vez mais avançados dos quatro tempos, o ponto é que também existe o apego emocional de uma parcela considerável dos aficionados pelos dois tempos, o que fomenta o burburinho. Compreensível, afinal, o zumbido emitido é, emocionalmente, inigualável. Mas, será mesmo? Recordo-me de Todd Potter afirmando que estocaria pilhas e mais pilhas de peças, e que nunca, jamais, trocaria os dois tempos...

Pensando no assunto, lembrei dos primórdios do freestyle motocross no Brasil, e veio a lembrança da primeira competição realizada aqui, em 2003, na cidade de São Paulo. O vencedor, Cyro Oliveira, montava uma... YZF 426. Curiosamente, anos antes de entrar em voga no contexto internacional, um brasileiro tornou-se o primeiro piloto que se tem notícia a vencer uma competição de FMX com um modelo equipado com motor quatro tempos. Avançando um pouco mais nos anos, em 2006, Gilmar Joaninha Flores conquistou o Best Trick do Yeah Festival, saltando com uma Yamaha YZF 250.

Numa época na qual questões fundamentais para a estruturação da modalidade no País dominavam (e ainda dominam) o centro das discussões, os motores estavam restritos a conversas secundárias entre os envolvidos com o esporte. Mais do que se encaixar às características das motos, essa relação entre os dois brasileiros e o ronco grave dos quatro tempos se deu em razão de facilidades para sua utilização. Após um período breve, hoje, ambos utilizam os dois tempos. A pergunta é até quando? Considerando que o futuro da indústria é dirigido pelas preferências do mercado, que há muito já fez sua opção.

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