sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O legado que Ney Franco leva para o Sul-Americano Sub-20

Ney Franco já havia dito que Gabriel seria titular da meta do Brasil Sub-20. Havia dito também que os dois últimos cortes ocorreriam no gol e no meio-campo. Ou seja, lá atrás a disputa se concentrava em Milton Raphael, do Botafogo, e Aleksander, do Avaí, com um leve favoritismo, diziam, para o botafoguense.

Mais por tudo que cercava a chegada do jogador avaiano à Seleção do que por um achismo sobre a qualidade de um ou do outro. Aleksander é, por assim dizer, o traço mais evidente de tudo que Mano, ao ser anunciado pela CBF, abominava nas categorias de base, as convocações estranhas, sem critérios muito claros. Cabe pontuar, nisso a revelação do time catarinense não tem qualquer culpa. É apenas uma vítima do sistema. E premiada, aqui não há como negar, por ele.

Algo que vem na bagagem que Ney Franco assumiu nos Juniores. Um legado de gente como Luis Verdini, hoje treinador da equipe sub-23 do Avaí e antecessor do colega no cargo. Por lá, entre os 70 jogadores que convocou – todos motivos de consulta de Ney, afirma –, acabou ficando marcado pela estratégia no mínimo curiosa que empregou na descoberta de Aleksander.

“Eu estava atrás de goleiros altos que jogavam na Série A. E vi ao entrar no site do Avaí que, além de um garoto do Ceará, poderia testar o Alex. Resolvi então convocá-lo e ele foi muito bem”, conta Verdini, que na época não se encontrava na Ressacada, em entrevista à revista ESPN.

A própria passagem de Verdini pelo comando da seleção sub-20 custa a ser compreendida. Embora se assuma como novo, o projeto olímpico tocado por Ney foi iniciado pelo atual técnico do Bahia, Rogério Lourenço, responsável por passar o bastão para o desconhecido Luis, membro de sua comissão técnica. Na época, provocou estranheza o fato de ter sido o então preparador físico, e não Diogo Linhares, auxiliar, o encarregado por assumir o time. Rogério explica.

“Não tem segredo. Tanto o Luis Verdini quanto o Diogo Linhares são preparadores físicos, iniciaram a carreira como preparadores físicos. Só que, pelo fato de o Verdini ser uma pessoa mais experiente e ter um maior conhecimento da parte tática e técnica, ele acabou assumindo a equipe. O Diogo Linhares tinha no papel o nome de auxiliar técnico e o Luis Verdini de preparador físico, mas os dois dividiam as funções, na parte física e no meu auxílio técnico. Era uma questão realmente de nomenclatura mesmo. O Diogo é um profissional espetacular, altamente capacitado, está hoje no time de cima do Flamengo, mas é um profissional que, se você perguntar sobre parte tática, ele não quer saber, não é a praia dele”.

Será assim, em meio a essas excentricidades, que a Seleção Sub-20 embarcará para o Peru no próximo dia 13 de janeiro.

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