terça-feira, 16 de novembro de 2010

Vice-campeã mundial, seleção feminina de vôlei chega ao Brasil sob aplausos

De volta a São Paulo após a campanha do vice-campeonato mundial, a seleção brasileira feminina de vôlei se surpreendeu com a recepção carinhosa dos fãs e das pessoas que esperavam parentes no terminal 2 do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Ao invés de cobranças e vaias pela segunda derrota seguida diante da Rússia em uma final do torneio, o que se ouviu foram aplausos espontâneos e palavras de incentivo, fato raro em um país no qual o segundo lugar não costuma ser valorizado.

"É legal. Quando acabou o jogo a primeira coisa que ficou na cabeça é o porquê a gente não conseguiu ganhar. Fiquei pensando, não achei, mas me falaram que no Brasil estava todo mundo feliz. No Twitter também tivemos apoio, agora aplausos.... Realmente mostramos que somos uma equipe vencedora", agradeceu a oposto Sheilla, primeira a desembarcar, ao lado do técnico José Roberto Guimarães.

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O experiente treinador, aliás, disse ter se emocionado com a atitude dos torcedores. "Isso foi o que mais me chamou a atenção porque a gente chegou abatido pelo segundo lugar. Esta chegada é o que a gente leva de mais bonito, de mais gostoso, por tudo o que foi feito", comemorou Zé Roberto, que fez uma reunião durante a escala em Frankfurt para agradecer por todo o trabalho e tentar melhorar o ânimo das comandadas.

Os sorrisos nos rostos das jogadoras também apareceram, em cena contrastante à vista no Yoyogi National Stadium, em Tóquio, após a decisão, quando as brasileiras não seguraram o choro e tiveram que ser consoladas por Zé Roberto. Aos poucos, as próprias atletas passaram a valorizar o trabalho feito no Japão.

"Não vou falar que não estou triste, mas passa um pouco a angústia que tinha naquele momento. O time está de parabéns, superou muitas coisas, perdas importantes e ainda assim chegou à final de um Mundial. Isso já é bem legal", ressaltou a oposto Sheilla, se referindo às lesões de Mari e Paula Pequeno, ao processo de renovação da posição de levantadora e também às dores nas costas com as quais jogou durante todo o torneio. "Tenho orgulho de fazer parte desta equipe", ressaltou.

Cerca de dez fãs chegaram cedo ao aeroporto apenas com o objetivo de apoiar o time nacional. Com bandeiras e um cartaz que falava sobre o orgulho "de torcer pela melhor seleção do mundo". Simpáticas, as jogadoras atendiam a todos com atenção e tiraram fotos inclusive com funcionários do aeroporto.

Segundo a líbero Fabi, esta foi uma constante durante toda a viagem. "Desde que saímos do Japão, encontramos na escala na Alemanha, aqui, a recepção de quem conhece a nossa batalha. Isto conforta", afirmou a atleta.

A ponteira Natália, por sua vez, acredita em uma mudança na cultura do brasileiro, o que inclui ela mesma e as próprias companheiras de seleção brasileira.

"Parece que a gente nunca está satisfeito com o segundo lugar, mas o pessoal lutou, deu o máximo e as pessoas conseguiram ver tudo o que aconteceu. Gostei de todo o carinho da torcida, foi surpreendente mesmo. Até queria agradecer ao Brasil que torceu pela gente: muito obrigado", finalizou a caçula da seleção.

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