Diretor diz que Marco Polo enganou a Ponte com divisão de cotasMarco Polo tinha prometido tratamento especial para a PonteCampinas, SP, 27 (AFI) – Um misto de decepção e raiva marcou as explicações de Márcio Della Volpe, representante da Ponte Preta no conselho Arbitral do Paulistão, realizado, terça-feira à tarde, em São Paulo. Em entrevista à Rádio Bandeirantes de Campinas (AM 1170), ele se mostra desencantado com a direção da Federação Paulista de Futebol e, diz, apoiado por gravações anteriores do presidente Marco Polo del Nero da própria emissora de que a Ponte Preta foi literalmente enganada.


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“Infelizmente nada mudou na Federação. Os clubes do Interior receberam um aumento de cota de R$ 400 mil (de R$ 1400 para 1800) bruto, enquanto os clubes receberam um aumento de R$ 2.5 milhões. Tudo que se esperava não aconteceu. E tínhamos as palavras e as promessas do próprio Marco Pólo”, lamentou Della Volpe. O valor é bruto, mas deve cair para R$ 1,4 milhão com as cobranças de taxas de inscrição, de transferência, de arbitragem, bolas e outros valores inclusos nos borderôs dos jogos.

Com perspicácia jornalística, a produção da Rádio Bandeirantes reprisou gravação de Marco Polo na festa de aniversário (110 anos) da Ponte Preta, em agosto, quando ele prometi mudanças na divisão das verbas das transmissões da televisão. Segundo o dirigente, “a Ponte Preta tem tradição e merece um atendimento especial. E outros critérios serão levados em conta, como também classificação, títulos e estádios próprios”.

Contrato renovado até 2014
Na base da conversa fiada e do desrespeito, Marco Polo não só enganou a Ponte Preta como outros clubes do Interior. O pior é que na pressão conseguiu a assinatura de todos para a renovação de contrato com a poderosa Rede Globo de Televisão para a transmissão do Paulistão até 2014.

Segundo Della Volpe “a Federação deveria criar critérios para a divisão das receitas”. Ele também ficou pasmo com a passividade dos outros dirigentes, inclusive, do representante da Portuguesa de Desportos, que há muito tempo vinha contestado e prometendo protestar os valores das cotas.

Uma das promessas de Marco Polo era dar um prêmio de R$ 100 mil para os clubes que têm estádio próprio e não municipal. Nesta seriam beneficiados, com uma ajuda para manutenção, estes clubes: Ponte Preta, Bragantino, Botafogo, Portuguesa, Mogi Mirim, Paulista, São Paulo e Santos.

Expectativa era maior
Havia pelo menos duas expectativas em relação aos clubes do Interior. Uma delas é de que haveria uma “classificação” entre os 20 participantes. Um dos blocos seria dos quatro grandes – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos – e outro de clubes médios e mais tradicionais, como a Ponte Preta, Portuguesa, Bragantino (campeão paulista de 1990 e vice-campeão brasileiro de 1991) e, talvez, São Caetano.

Um terceiro bloco seria dos oito clubes que sobraram do Paulistão do ano passado – Mogi Mirim, Santo André, Botafogo, Mirassol, Grêmio Prudente, Oeste, Ituano e Paulista. E um quarto bloco seria formado pleos quatro novatos, vindos da Série A2: São Bernardo, Guaratinguetá (agora Americana Ltda), Noroeste e Linense.

FI alerta faz tempo
De algum tempo o Portal Futebol Interior vem alertando que o presidente Marco Polo Del Nero atua com compromisso político, dentro da Federação Paulista de Futebol (FPF), para enfraquecer os clubes do interior, concentrando o poder apenas para os quatro grandes clubes.

Infelizmente, na atual geração de dirigentes destes clubes do interior, não existe nenhum que tenha coragem de contestar a atual diretoria da FPF. Esta nossa safra de cartolas continua sendo subservientes ao poder de Del Nero.

E você, caro internauta? Qual sua opinião sobre a divisão de cotas do Paulistão 2011? É favorável a esse abismo entre pequenos e grandes? Acha que deve haver um grupo intermediário? Mande sua opinião para os emails: opiniao@futebolinterior.com.br e grito@futebolinterior.com.br.