sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

ESPECIAL COPA DO MUNDO: Mundial contraria lógica, “cala” Dunga e revela uma deusaOs “deuses do futebol” mostraram na África do Sul que seu esporte não tem lógica
Campinas, SP, 31 (AFI) – Primeiro Mundial realizado em território africano, a Copa do Mundo da África do Sul contrariou a lógica. A Espanha não amarelou; a eficiente (e acéfala) Seleção Brasileira do Dunga não venceu; Messi não brilhou; os anfitriões não passaram da primeira fase; a Alemanha jogou um futebol bonito; o craque do torneio foi o uruguaio Forlán; e a personagem foi uma mulher que atende pelo nome de Larissa.


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Apenas esses fatos já servem para contar um pouco do que foi a história desta Copa. Enquanto as bolsas de apostas esperavam uma final entre Brasil e Argentina, e os torcedores de todo o globo acreditavam em uma nova “pipocada” espanhola, os “deuses do futebol” mostraram que seu esporte não tem lógica.

Prova disso, é que a África do Sul foi palco da final mais improvável possível. Até então, a Fúria havia tido como melhor resultado o quarto lugar na longínqua Copa de 1950, no Brasil. A Laranja Mecânica também havia caído nas suas duas finais anteriores (1974 e 78).

Ou seja, chegaram à final duas típicas “amarelonas”. E nesta decisão pouco provável, quem comemorou ao ritmo da dança flamenca e saboreando uma bela paella foi a Espanha, que venceu na prorrogação com gol do meia Iniesta. Pior para os holandeses, que tiveram de se contentar com o terceiro vice da história e tornaram-se indubitavelmente os mais “amarelões” entre todos.

Grata surpresa
A decisão atípica, contudo, não foi o único fato curioso deste Mundial. A Copa da África – que proporcionou algumas situações embaraçosas, como estádios vazios, filas, atraso na entrada dos torcedores aos jogos, alguns assaltos a turistas e imprensa, etc. – também teve algumas gratas surpresas.

A principal delas está aqui bem próximo do Brasil, mais precisamente ao Sul do nosso belo e desigual país. Mesmo com um time modesto, o Uruguai resgatou sua tradicional garra. Com a liderança de Lugano, o iluminado Pablo Forlán e a “mãozinha” de Luis Suarez, a Celeste Olímpica voltou a disputar uma semifinal depois de 40 anos.

Incorporados pelo espírito charrua – tribo indígena que habitava a região do Uruguai -, a seleção platina deixou pelo caminho França, África do Sul, México, Coreia do Sul e Gana até esbarrar na Holanda. No entanto, isso não foi o mais importante. Para um país com pouco mais de 3 milhões de habitantes, terminar no quarto lugar – o Uruguai ainda perdeu a disputa de terceiro para a Alemanha – foi um título mundial.

Espírito brasileiro
Outra seleção que encheu os olhos de todos foi a Alemanha. O futebol pragmático e envelhecido de outras copas é passado. Com um time recheado de garotos, os germânicos fizeram o papel que caberia ao Brasil. Nas goleadas sobre Austrália (4 x 0), Inglaterra (4 x 1) e Argentina (4x 1), o time de Joachim Löw mais parecia uma versão europeia dos Meninos da Vila, embora menos habilidosa e mais técnica.

Com um meio campo leve e de toque refinado, formado por Khedira, Schweinsteiger, Özil, Müller e Podolski, ficou fácil para o veterano Klose marcar quatro gols e encostar em Ronaldo, na luta como maior artilheiro das copas (o placar está 15 a 14 para o Fenômeno).

Quando dava pinta de que os alemães caminhavam para o tetra apareceu a Espanha. Apesar de um meio-campo invejável com Iniesta e Xavi no comando, a Fúria se valeu do “ogro” Puyol para liquidar a Alemanha com um único golpe mortal, um gol de cabeça.

Vale a pena ver de novo
Mesmo não tendo conquistado o mesmo sucesso de alemães e uruguaios, outras seleções merecem ser lembradas. O Paraguai é uma delas. Sob a benção da musa da Copa, Larissa Riquelme (Deus te abençoe minha filha), a seleção guarani pela primeira vez superou a barreira das oitavas.

No entanto, mesmo que não tivesse conquistado o feito, só a presença paraguaia já teria valido a pena. Afinal, o que seriam os 30 dias da Copa sem o decote, o celular e o sorriso encantador de Larissa. Alguém consegue lembrar quem foi o outro craque paraguaio do Mundial?

Por fim, outras duas seleções tiveram participações surpreendentes. Gana fez o papel da fraca África do Sul e chegou até às quartas, diga-se de passagem convencendo. Já a Eslováquia passou da primeira fase, na primeira Copa que disputou após o desmembramento da Tchecoslováquia, eliminando a poderosa Itália.

Papelões da Copa
Seria impossível começar este último capítulo, sem se lembrar da Seleção Brasileira. Fazer críticas à falta de criatividade do time de Dunga seria chover no molhado. Ao encher o Brasil com volantes e jogadores contestáveis, o treinador colocou sua cabeça à prêmio. Após a eliminação contra a Holanda, a cabeça foi servida de bandeja aos críticos de plantão.

Se em termos de resultado e de futebol, a Seleção de Dunga não conquistou nada nesta Copa, ao menos ficou a lição que ser eficiente apenas não basta. O craque, o futebol moleque, a ginga, o drible... tudo ainda está enraizado no futebol brasileiro, falta apenas um corajoso para resgatar isso, independente dos próximos resultados.

Quem também terminou o Mundial em baixa foram nossos hermanos argentinos. Até as quartas-de-final, a Alviceleste fez uma campanha irrepreensível. Os garotos da Alemanha, porém, mostraram que futebol é coletivo, uma andorinha não faz verão e que jogar no Barcelona é muito mais fácil. Não é, Messi?

Vexame pior, contudo, fizeram França e Itália. Os franceses, afogados em uma crise de egos, naufragaram novamente na primeira fase, sem vencer ninguém, na lanterna do Grupo A. Já a Itália se despediu sem vitórias, em um grupo fraco, que contava com Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia.

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