quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Scheidt vê 2011 como trampolim e cobra definição de seletiva

"Trampolim." É assim que o velejador brasileiro Robert Scheidt define a temporada 2011, a última antes da Olimpíada de Londres. Trata-se de um ano decisivo, no qual é preciso garantir a classificação do país na classe Star, através do Mundial, e inicia-se a disputa para saber quem será a única dupla dona da vaga verde e amarela.

Ou, ao menos, espera-se que isso aconteça. Mesmo faltando mais de um ano para a disputa do Mundial, que reunirá todas as classes olímpicas em Perth (Austrália) de 1 a 18 de dezembro, Scheidt já cobra uma definição da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM) a respeito de qual será o critério adotado para a definição dos brasileiros que brigarão pelo ouro na Inglaterra.

"Está nas mãos do Carlos Martins", comentou o velejador, se referindo ao presidente da entidade. "É importante que isso seja definido ainda este ano até para a escolha dos equipamentos que vamos usar", explicou.

Ele, inclusive, deu a sua sugestão. "Nunca existe uma seletiva ideal, mas vejo com bons olhos dar um ponto para quem conseguir a vaga no Mundial e outro em uma seletiva a ser realizada no Brasil em 2012, pois assim não tira a possibilidade de quem não for bem na Austrália. Se uma dupla ganhar as duas seletivas, já se classifica, e se forem duas diferentes, faz-se uma "negra" na Europa", destacou.

Independentemente do que aconteça, e já de olho na concorrência de Torben e Lars Grael, Scheidt montou um calendário apertado para o próximo ano, em que seguirá competindo com o proeiro Bruno Prada. "Planejamos 12 competições, além dos treinos", revelou.

O início da temporada será com a Miami OCR, entre 18 e 29 de janeiro. Além do Mundial, outro destaque da temporada será o evento-teste para a Olimpíada, em Weymouth, na Inglaterra, entre 1 e 14 de agosto. Trata-se da mesma raia onde ele foi o quarto colocado no Skandia Sail for Gold, há três meses.

"Será um evento de luxo na raia olímpica. O principal na Inglaterra são os fatores climáticos. Lá, a corrente muda muito, pode acontecer de tudo: vento forte, vento médio, vento fraco... tem que ter um barco bom para todas as condições", analisou Scheidt, que, no entanto, se animou com o que viu. "A raia é longe, faz frio, mas isso é bom para o nosso estilo, muito mais propício do que foi em Pequim", destacou o velejador, que ficou com a prata na China.

Residente na Itália, Scheidt permanecerá em São Paulo até o fim de março para aproveitar o verão brasileiro. Apesar das saudades da terra-natal, ele destaca a facilidade que tem de deslocamento e até para conseguir equipamentos estando na Europa, além da qualidade de vida. "É muito mais tranquilo, bem diferente de São Paulo", afirmou o atleta, que é casado com uma lituana e tem um filho pequeno.

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