quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Arquiteto do Estádio Olímpico de Londres deixa lições para Rio-2016

Chefe da equipe de projeto para o Estádio Olímpico de Londres, que receberá as cerimônias de abertura e encerramento e as competições de atletismo nos Jogos de 2012, o arquiteto Rod Sheard deu nesta terça-feira uma palestra sobre legado em construção na Soccerex, no Rio de Janeiro.

Acompanhado do também arquiteto Christopher Lee, que assim como ele faz parte da empresa Populous, responsável pela obra, Sheard não fez menção direta ao Rio e à preparação da cidade para receber os Jogos que sucederão os de Londres, mas deixou algumas lições importantes.

"Legado não é apenas sobre quem irá usar o estádio depois dos Jogos, se o Arsenal, o Tottenham ou o West Ham. O legado principal de qualquer estrutura olímpica é o impacto que causa e os benefícios que traz para Londres", afirmou, durante a maior conferência mundial em negócios do futebol, realizada no Forte de Copacabana.

O Estádio Olímpico de Londres, que está em processo final de construção e deverá ser entregue em 2011, tem uma estrutura removível que permitirá que sua capacidade varie de 80 mil pessoas, durante os Jogos, para 25 mil a partir dos Jogos Paraolímpicos. Segundo Sheard, o atletismo não precisará de um estádio tão grande após 2012.

"Algumas modalidades não exigem grandes aglomerações fora dos Jogos Olímpicos, nunca mais se usa o estádio com sua capacidade total. Então por que não mudá-lo? Pensamos em construir algo pequeno, mas sensato e sustentável", explicou o arquiteto. "Talvez seja o estádio olímpico que menos emita poluentes", afirmou.

Assim como o Stadium Rio (Engenhão), construído na Zona Norte do Rio de Janeiro, o Estádio Olímpico de Londres vem sendo erguido em uma região menos favorecida da capital britânica, o que, de acordo com Sheard, é uma forma de desenvolver o local.

"Construímos em uma parte esquecida de Londres (leste da cidade). Lá, passamos seis meses apenas limpando o local e encontramos até explosivos da época da Segunda Guerra. A expectativa de vida de lá é de sete anos menos que do restante da cidade. Mas agora estamos ajudando a desenvolver o mercado imobiliário local e a criar uma esfera de influência", destacou.

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