terça-feira, 23 de novembro de 2010

Parreira estuda convite para assumir a base do Corinthians e não descarta outra Copa, com o Chile

Depois de comandar a África do Sul na Copa do Mundo, Carlos Alberto Parreira retornou ao Brasil e decidiu tirar férias até dezembro. Neste período, recebeu algumas ofertas, entre elas uma para treinar a seleção chilena e outra para coordenar as categorias de base do Corinthians. Enquanto descansa, ele analisa as possibilidades.

"Depois de 40 anos no futebol, da minha oitava Copa, a sexta como treinador, merecia um período sabático de quatro meses e não abri mão disso. Queria reorganizar minha vida, fazer um check-up para ver se o coração está preparado para suportar as pressões e me dar um tempo", disse o técnico na noite da última segunda-feira, antes de proferir palestra na abertura do XVII Curso para Treinadores de Futebol, em São Paulo.

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Carlos Alberto Parreira conversou com Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, no Rio de Janeiro após a saída do técnico Adilson Batista. Ambos voltarão a negociar durante o Footecon, fórum que será organizado pelo treinador nos dias 7 e 8 de dezembro, na capital fluminense.

"No futebol, as coisas mudam em 24 horas. Naquele momento, havia interesse de ambas as partes. Eu disse: 'presidente, o mais sensato é conversarmos em dezembro, após o final da temporada, na hora do planejamento para 2011'", explicou Parreira, que descarta a possibilidade de assumir como técnico.

Campeão da Copa do Brasil e do Rio-São Paulo de 2002 pelo clube, ele não disputou a Libertadores do ano seguinte, já que deixou o Parque São Jorge para retornar à seleção brasileira. Com o time classificado para o torneio continental, Parreira não teve pudores de opinar sobre como o clube deve se preparar para a competição.

"Primeiro, tem que reforçar o elenco e priorizar a Libertadores, como o Internacional fez. Precisa formar um elenco grande e equilibrado para dar opções ao treinador de recompor, como o Ferguson tem no Manchester, por exemplo. Além disso, com um elenco grande você está precavido de lesões e suspensões", explicou.

O técnico também tem a opção de comandar a seleção chilena na preparação para a Copa do Mundo de 2014. Depois de levar o time às oitavas de final na África do Sul, o argentino Marcelo Bielsa preferiu sair em função da derrota de Harold Mayne Nicholls nas eleições presidenciais da Associação Chilena de Futebol.

"Eles se propuseram a viajar ao Brasil para conversar comigo, a gente não marcou uma data ainda. Foi um contato muito rápido. Vamos ver. Não há pressa, porque estamos em final de temporada, não tem mais jogos com seleções e nada precisa ser resolvido agora. O importante é que o trabalho comece no início do ano, seja lá com que treinador for", disse.

Na África do Sul, Parreira viu o Chile cair nas oitavas de final diante do time canarinho, mas elogiou a campanha da equipe. "Eles têm uma tradição de Copa do Mundo, contam com bons jogadores e fizeram uma boa Copa, mas tiveram azar de pegar o Brasil e poderiam ter chegado um pouquinho mais longe", encerrou.

Outra Copa?

Apesar de ter se despedidod a Copa do Mundo depois de cair com a África do Sul na fase de grupos do Mundial de 2010, Parreira conta com convite da seleção chilena e ainda não decidiu se está disposto a encarar um novo desafio. Ao pensar no assunto, ele cita uma série de coincidências.

"Seria a minha sétima Copa do Mundo como treinador, e sete é meu número da sorte", disse. Lembrado que a soma dos algarismos que compõe 2014 é igual a sete, ele sorriu. "Então, acho que essa Copa vai acabar não fugindo", disse.

"Em 1994, a Copa começou no dia 17 de junho, fizemos sete jogos e a final foi no dia 17 de julho", lembrou Parreira, campeão ao lado do supersticioso Mario Jorge Lobo Zagallo, fã do número 13, em 1994.

"Tenho que ter a consciência de que estou preparado mentalmente e fisicamente para enfrentar quatro anos de trabalho. Qualquer seleção que você assuma agora, é um trabalho de quatro anos e eu teria que estar preparado para isso", reiterou.

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