sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Imprensa pode afetar candidatura inglesa à Copa de 2018? Melhor para os ingleses

Há quem ache que em momentos como a disputa para sediar uma grande competição, como Copa do Mundo ou Olimpíada, a imprensa nacional deva agir como aliada, evitando a exposição de fatos negativos e participando da campanha. Vimos isso recentemente, com a campanha do Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos de 2016.

Temos um caso semelhante na Inglaterra. Na próxima semana, dia 29 de novembro, a BBC levará ao ar uma edição do programa "Panorama" com uma reportagem investigativa sobre bastidores da Fifa. Três dias depois, o comitê executivo da entidade se reúne para escolher as sedes dos Mundiais de 2018 e 2022.

A Inglaterra concorre para receber a Copa de 2018, e nesta sexta-feira o primeiro-ministro britânico David Cameron chegou ao cúmulo de atacar a BBC por causa da reportagem, considerando o momento da exibição "frustrante". O chefe da candidatura, Andy Anson, chegou a acusar a emissora de ser "antipatriótica".

Deveria ser do interesse de todos que venham a público as sujeiras que os corredores da Fifa tentam esconder. Até porque algumas delas já apareceram, provocando o afastamento de dois dos 24 membros do comitê executivo, graças ao poder investigativo da mídia inglesa.

Evidentemente, é necessário separar o joio do trigo, a imprensa séria dos tabloides. Mas se persistir a ideia de que um eventual fracasso na votação (que parece ter a candidatura Espanha/Portugal como favorita) seria fruto da cobertura midiática do que acontece dentro da Fifa, o melhor mesmo para a Inglaterra é ficar sem o Mundial.

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