sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Bale ainda prefere correr em direção a Cardiff

Bale corre, corre muito. E o melhor: sempre chega ao final do sprint bem. Cruza e arremata com uma precisão que impressiona, poucas vezes vista por aí. É claro, também cansa. Técnico do Tottenham, Harry Redknapp sabe disso. Outro dia, via o meia exausto. Decidiu dar a ele alguns dias de folga. Recomendou que fosse para um desses resorts em Dubai, Abu Dhabi, esses lugares.

O meia acatou. A folga, não a sugestão. Preferiu ir para casa. Por lá, tinha a esperança de encontrar o melhor amigo Ellis. Suas famílias moram lado a lado em Cardiff desde que ele se entende por gente. Mesmo com o sucesso do filho pródigo, os Bales seguem por ali, numa casa de três quartos que chama a atenção pela simplicidade. Bem a cara do jogador, de sua infância.

“Todo mundo conhecia todo mundo. Lembro que meu amigo Ellis vivia por perto, seus pais ainda vivem. Minha infância foi mais ou menos assim, brincando sempre no jardim, no parque, jogando futebol. Enfim, fazendo tudo aquilo que as crianças fazem”, conta.

Bale é simples, muito simples. Fala tudo com muita naturalidade. Não se deixa levar pela fama. Concorre à Bola de Ouro, mas não se importa. Sempre quis ser jogador de futebol, esteve perto de ser dispensado pelo Southampton e se dá por satisfeito por ter chegado até lá. Parece levar o espírito de seus tempos de colégio, que o seu mentor, Gwyn Morris, pregava. Quer apenas se divertir em campo.

“Desde a escola, ele trabalha essa habilidade, velocidade que hoje exibe por aí. Tudo isso vem como resultado de um processo. É algo bacana de se ver. Deixem ele curtir esse momento, seguir deixando os defensores para trás”, pede o professor.

Na edição de dezembro da revista ESPN, falamos com os dois. Com Bale e Morris. A relação entre eles durou apenas três anos, mas, você verá, ajuda a entender por que o jogador do Tottenham é hoje a sensação da temporada europeia, comparado por alguns até mesmo a Lionel Messi. Por seu futebol e por seu jeito de ser, tímido, simples, caseiro, como qualquer torcedor sonha para o astro de seu time. Bale é bem isso, alguém que se prepara para voos mais altos na carreira, mas que não se esquece de suas raízes, da casa dos pais em Cardiff, do colégio, dos velhos amigos.

“Ele ama jogar futebol. Apenas isso. Mesmo hoje, continua sendo o mesmo garoto que conheci tempos atrás. Talvez mais alto, forte, mas com os mesmos valores que nutria naquela época”, afirma Morris.

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