terça-feira, 28 de dezembro de 2010

RETROSPECTIVA: Nadal retorna ao topo, Sérvia faz história e 'musa' é nº1 no feminino

Nos primeiros meses do ano parecia improvável, mas o espanhol Rafael Nadal retomou a soberania do tênis mundial em 2010 de forma incontestável. Ainda no tênis masculino, a Sérvia surpreendeu o mundo e desbancou a favorita França para garantir o primeiro título da Copa Davis na história da nação. Pelas mulheres, a “musa” Caroline Wozniacki se aproveitou da lesões de Serena Williams e, mesmo sem nenhum título de Grand Slam, terminou o ano no topo do ranking.

O ESPN.com.br resgata a caminhada de Nadal rumo à retomada do topo do ranking da ATP e outros grandes momentos do tênis em 2010, assim como outras retrospectivas do mundo do esporte durante este ano. Veja no final da página o calendário de cada esporte.

A retomada de Nadal

Depois de ter um 2009 amargo, onde perdeu o posto de número 1 do mundo para Roger Federer, lutou contra contusões e viu sua primeira derrota na carreira no saibro de Roland Garros, Rafael Nadal não começou 2010 dando a impressão que voltaria a ser o fenômeno que um dia foi.

No Australian Open, o espanhol foi obrigado a se retirar do duelo de quartas de final contra o britânico Andy Murray e viu o rival Federer erguer seu 16º título de Grand Slam na carreira. Após derrotas para Ivan Ljubcic e Andy Roddick nos Masters 1000 de Indian Wells e Miami, respectivamente, Nadal havia caído para a quarta posição do ranking e não levantava um troféu sequer há quase um ano.

As coisas começaram a ficar boas para Nadal justamente na parte do ano que ele mais gosta: a temporada de saibro. Nos Masters de Monte Carlo, Roma e Madrid, o espanhol atropelou todos os seus adversários e garantiu os três títulos, quebrando o jejum de taças pouco antes que ele completasse um ano.

Em seguida, o espanhol tinha a missão de retomar a soberania no solo de Roland Garros. Tetracampeão do torneio de Paris, Nadal retornou à França buscando apagar o vexame do ano anterior, quando havia caído nas oitavas de final para Robin Soderling. O então número 2 do mundo superou o trauma das oitavas justamente contra Thomaz Bellucci, em uma das poucas partidas em que o hispânico teve algum tipo de dificuldade no torneio. O brasileiro deu trabalho, mas perdeu por 3 sets a 0, parciais de 6-2, 7-5 e 6-4.

As coisas ficaram melhores para Nadal quando Roger Federer perdeu para o mesmo Soderling nas quartas de final, isso significaria que o espanhol poderia retomar o posto de número 1 do mundo caso vencesse o torneio francês. E de forma impecável, sem dar chances para o algoz sueco do ano anterior na grande decisão, Rafa faturou seu quinto Roland Garros e voltava a ser o melhor tenista do ranking da ATP.

Na Inglaterra, antes da grande decisão do Grand Slam britânico, o torneio já entrava para a história por causa da “batalha” entre John Isner e Nicolas Mahut. Em um duelo de primeira rodada, ambos realizaram uma maratona de mais de 11 horas de duração que terminou com a vitória do “gigante” norte-americano por 70 a 68 no quinto, decisivo, e quase infinito, set.

No piso em que é, em teoria, menos familiarizado, Nadal teve mais dificuldade no caminho até a decisão do que no título de Roland Garros. Mesmo assim, o espanhol aproveitou o fato de pegar um novato em finais de Grand Slam, o tcheco Tomas Berdych (algoz de Federer nas quartas de final de Wimbledon), e faturou o bicampeonato na grama sagrada do All England Club, em Londres.

A consagração do ano de Nadal veio com o título do US Open, único Grand Slam que ainda não tinha em seu currículo. Em uma final disputada contra Novak Djokovic na segunda-feira por causa da chuva que atingiu Nova York durante as duas semanas de competição, Rafa faturou sua nona taça em torneios deste porte no tênis mundial e se tornou apenas o sétimo na história a vencer todos os Majors na carreira (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open).

Nem mesmo a derrota para o arquirrival Roger Federer na decisão das Finais da ATP no começo deste mês apagou o ano de retomada do fenômeno espanhol Rafael Nadal.

NADAL EM 2010:

RANKING: 1º
TÍTULOS: 7 (Masters 1000 de Monte Carlo, Roma e Madri; US Open, Roland Garros e Wimbledon; e ATP 250 de Tóquio)
PREMIAÇÃO EM DINHEIRO: U$ 10,062,983
VITÓRIAS: 71
DERROTAS: 10


Sérvia surpreende e leva título inédito da Davis

Com uma virada espetacular no último dia de competições, a Sérvia, jogando em casa, venceu a tradicional eneacampeã França por 3 jogos a 2 na grande decisão da Copa Davis e levantou o troféu das nações do tênis pela primeira vez em sua história.

Apesar de contar com Novak Djokovic, o grande herói do confronto foi Viktor Troicki, que venceu o quinto e decisivo jogo contra Michel Llodra por fáceis 3 sets a 0 para garantir o triunfo do país sérvio.

Os donos da casa começaram o duelo com Janko Tipsarevic sendo atropelado por Gael Monfils. Porém Novak Djokovic tratou de empatar o confronto na sexta-feira ao bater Gilles Simon.

Nas duplas, onde a França, desfalcada de Jô-Wilfried Tsonga, era favorita, os sérvios levaram uma virada incrível por 3 sets a 2 e se viram mais distante da taça. Porém, no último dia a Sérvia venceu seus dois jogos e garantiu a conquista diante de sua torcida.

Serena se lesiona, e "musa" Wozniacki é nº1 do mundo

Pela forma como Serena Williams começou 2010 e seguiu em um ritmo vitorioso até o início do segundo semestre, parecia que mais uma vez a norte-americana dominaria o topo da lista no ranking feminino.

Porém, com duas cirurgias no pé no segundo semestre, Serena perdeu a supremacia no ranking e caiu para a quarta posição mesmo com os títulos dos Grand Slams do Australian Open e de Wimbledon. Com isso, o espaço ficou aberto para a ‘musa’ dinamarquesa Caroline Wozniacki, mesmo sem ter vencido nenhum título de Grand Slam, assumir o posto de número 1 do mundo do tênis feminino.

Pelas mulheres, o ano também foi marcado pelo desistência da aposentadoria de Justine Henin. Porém, a belga se retirou mais uma vez devido a uma contusão. Em compensação, a sua compatriota Kim Clijsters venceu o seu terceiro US Open consecutivo nas quadras de Flushing Meadows no mês de setembro. A italiana Francesca Schiavone surpreendeu e levantou a taça de Roland Garros no meio do ano.

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