quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Drogba reencontra seu súditos na volta a Marselha

O jogo de hoje pode não valer nada pra você. Pra eles tampouco. Chelsea e Olympique de Marseille já estão classificados. Mas pra Drogba, não. Vale muito. É a primeira vez que o atacante retorna ao estádio Velódrome. Até hoje, ele se ressente. Passou um ano apenas no clube. Um ano ainda assim marcante. Queria ter se despedido de forma mais adequada da torcida.

Sabe que ainda o amam por lá. Andre Fournel, locutor do estádio, atesta. “Quando qualquer jogador vai embora, mesmo Papin [ídolo do OM], a torcida toca a sua vida, segue em frente. Drogba é uma exceção”. Algo escancarado pelo fato de que, passadas seis temporadas, as pessoas ainda vão atrás de camisas com seus nomes nas costas.

Drogba marcou época em Marselha. Anotou 30 gols entre Ligas francesa e europeias. Chamou a atenção de muita gente. De Mourinho, inclusive. Em jogo contra o Porto do treinador, estufou as redes com alguns poucos minutos em campo. O suficiente para fazer o português vir ao seu encontro ainda no intervalo com uma piadinha pra quebrar o gelo. Perguntou se na Costa do Marfim havia alguém assim, parecido com ele, porém, mais barato. Um primo talvez. Didier apenas sorriu. “Um dia você estará num clube com condições de me comprar”, respondeu.

Profético. Poucos meses dali, Mou se transferiu para o Chelsea e, em Stamford Bridge, pediu a sua contratação de cara. Alguns não entenderam. Inclusive, o próprio Drogba. Nunca imaginou que o interesse por seu futebol pudesse vir daqueles cantos. Não tinha qualquer ligação com os londrinos. Nas semis da LC, havia torcido contra eles, apoiado o Monaco de Deschamps. Não parecia mesmo disposto a abandonar o seu reinado no Olympique. Chegou a pedir aos médicos ingleses para que forjassem alguma lesão, algo semelhante.

O negócio, no entanto, acabou selado. Era muito dinheiro para se recusar. E Drogba partiu. Do Marseille, de um clube para o qual teve que convencer seu agente de que conseguiria segurar a barra, a pressão da torcida. A recusar o Lyon de Juninho Pernambucano, que o sondara quando ainda jogava pelo Guingamp, prometendo-lhe abastecer de gols.

Nada disso o dobrou. Sabia que algo o esperava por lá, uma história daquelas como a de Maldini no Milan. Queria construir uma igual. Não conseguiu. Hoje, volta para se redimir um pouco por isso.

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