sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Retrospectiva: à beira de ataque de nervos, Palmeiras tropeça em 'atalho' e passa em branco de novo

Em comparação com seus dois maiores rivais, o Palmeiras é o grande clube paulista que amarga o maior jejum de conquistas importantes. O time alviverde não ganha um título nacional desde a Copa do Brasil de 1998, não sabe o que é vencer uma Libertadores desde 1999 e, na atual década, levantou apenas um troféu de maior expressão, o Campeonato Paulista de 2008. Pouco para as pretensões do clube e de seus torcedores, que sofreram de novo em 2010.

Do trio de ferro, o Palmeiras foi a equipe que mais trocou de técnico na temporada – o time teve Muricy Ramalho, Antônio Carlos Zago, os interinos Jorge Parraga e Flávio Murtosa e, por fim, o ídolo Luiz Felipe Scolari. Após a traumática perda do título brasileiro de 2009, que parecia certo (no fim das contas, os palmeirenses não chegaram sequer à Libertadores), o elenco entrou pressionado no Paulistão. E sucumbiu: amargou apenas a 11ª colocação na fase inicial, bem longe das semifinais e atrás de times menores como Botafogo de Ribeirão Preto, São Caetano e Oeste.


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A Copa do Brasil tornou-se, então, a grande possibilidade de salvação para o clube do Palestra Itália em 2010. A equipe passou por Flamengo-PI, Paysandu e até pelo Atlético-PR, mas deu vexame nas quartas de final contra o modesto Atlético-GO e foi eliminado na disputa por pênaltis, perdendo a chance de enfrentar o Vitória na semifinal.

Em junho, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo decidiu abrir os cofres mais uma vez e não poupou esforços para trazer Felipão de volta após dez anos. Também retornaram o atacante Kléber e o meia chileno Valdivia, ídolos da torcida, que não exigia nada menos que a conquista do título brasileiro ou da Copa Sul-Americana, o caminho mais curto para a Libertadores. Scolari logo fez a opção por dar prioridade ao torneio continental.

Com um elenco reduzido, apesar de contar com nomes de peso no time titular, o Palmeiras não teve forças para ir além do modesto 10º lugar na classificação final do Brasileirão. Mas, na Sul-Americana, deu sinais de que poderia encerrar um longo jejum de títulos em torneios internacionais. Com um grande futebol do volante Marcos Assunção, a equipe alviverde despachou Vitória, Universitário de Sucre (BOL) e Atlético-MG antes de chegar à semifinal diante do Goiás. Mas o time do Planalto Central literalmente acabou com o ano do Palmeiras.

Depois de vencer por 1 a 0 em pleno Serra Dourada, a equipe de Felipão poderia até empatar no duelo de volta, no Pacaembu, para assegurar a vaga na decisão. O time paulista abriu o placar, mas cedeu o empate e a virada aos goianos – que acabariam rebaixados à Série B do Campeonato Brasileiro. Scolari usou a expressão “vergonha” já nos vestiários, depois do jogo, e pediu desculpas à torcida palmeirense.

O clube vive uma guerra interna por conta das eleições presidenciais que se aproximam, e estrelas como Kléber e Valdivia já não escondem mais o descontentamento com a diretoria. O choro palmeirense nas arquibancadas do Pacaembu foi o capítulo final de um ano que o trio de ferro paulista pretende apagar da memória.

PALMEIRAS EM 2010

Campeonato Paulista
11º colocado, fora das semifinais

Copa do Brasil
Eliminado nas quartas de final pelo Atlético-GO

Campeonato Brasileiro
10º colocado, classificado à Copa Sul-Americana

Copa Sul-Americana
Eliminado nas semifinais pelo Goiás

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