segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Jornalista americano contesta causas da morte de Andy Irons

Leia Mais

Família Irons isenta organização de responsabilidade sobre a morte de Andy
Cinzas de Andy Irons se encontram com as águas do Havaí
Causa da morte de Andy Irons poderá demorar até 3 meses para ser revelada

Homenagens e notícias sobre Andy Irons circularam durante todo esse mês nas revistas, jornais e sites especializados em surf. O surfista foi encontrado morto no dia 02 de novembro, em um hotel em Dallas. Na próxima semana a Billabong (patrocinadora principal do atleta) organiza-se para ainda registrar e agradecer seu legado durante a realização da última etapa do circuito mundial, o Pipe Masters. Mas na última segunda-feira, o jornalista Brad Melekian, da Revista Outside, publicou uma artigo polêmico, que põe em dúvida as causas da morte do surfista.

Segundo Melekian, Andy Irons teria enfrentado inúmeros problemas com álcool e abuso de drogas. "Pelo menos por uma vez na sua vida, ele quase morreu em decorrência disso", escreveu o jornalista, que já trabalhou para a Revista Surfer, e tentou publicar esta história por inúmeras vezes.

Do episódio de sua morte, Melekian publica dados não confirmados contestando a versão divulgada pela ASP e Billabong.

O patrocinador do surfista divugou que ele havia saido de Porto Rico muito doente e a caminho de sua casa no Havaí. Em uma conexão na cidade de Miami, Andy teria tomado soro antes de embarcar para Dallas.

Melekian contesta essa versão. Segundo ele, Andy teria ligado para um amigo dizendo que estava na cidade e que gostaria de se divertir.
O jornalista descreve que eles teriam ido para uma festa e Andy havia sido colocado em um taxi às 4h30 rumo ao Aeroporto Internacional de Miami, para pegar seu voo para Dallas, que saiu às 6h30min.

Melekian ainda contrapõe a versão oficial que diz que a American Airlines impediu o atleta de embarcar para Honolulu por estar passando mal. Segundo ele, o porta-voz da empresa, Tim Smith, teria dito que uma mulher, que se identificou como esposa de Andy, teria ligado à empresa duas horas antes do seu voo para remarcar a passagem para o dia seguinte, já que seu marido estava doente.

O fato é que, conforme publicado no boletim de ocorrência, Andy chegou a Dallas às 8h35 de segunda-feira, entrou no quarto do Grand Hyatt hotel às 8h59 e, de lá, não saiu mais com vida. No artigo, Melekian aponta para as possibilidades da Billabong e de vários meios de comunicação terem sido cumplices e terem acobertado o tempo inteiro a história de uma vida cheia de problemas.

Melekian ainda afirma que em dezenas de entrevistas que fez, as pessoas sempre falaram de problemas que Andy enfrentava. E que a maioria delas achava que uma hora ou outra esse assunto deveria vir à tona para que a vida de Irons fosse tratada honestamente. Para que as dificuldades tivessem sido encaradas de verdade, mostrando que ele era uma pessoa complexa, que tinha seus problemas como qualquer um.

O jornalista da ESPN Jake Howard entrou em contato com a Billabong e com a Revista Surfer, mas ambas não quiseram comentar o artigo. Na comunidade do surf, a publicação causou muita polêmica. Segundo Howard, a notícia teve uma péssima repercursão no Havaí e dificilmente Melekian poderá voltar às ilhas.

Enquanto os testes toxicológicos não forem divulgados, nada poderá ser comprovado, e talvez nunca possa.

A verdade é que isso não importa muito, agora. O mundo perdeu um dos maiores surfistas de todos os tempos e uma família perdeu um ente querido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário