segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ESPECIAL: Futebol paulista sofre com falta de apoio da FPF em competições da CBFEm 2001, eram nove clubes disputando a elite nacional. Em 2011, serão somente quatro times
Campinas, SP, 29 (AFI) – Já ficou no passado o tempo que o futebol paulista era o centro do futebol brasileiro. O principal motivo dessa decadência é a falta de apoio por parte da Federação Paulista de Futebol (FPF) para com os times que disputam competições nacionais, organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol. Para se ter uma ideia desse descaso, basta pegar como base a temporada de 2010, que está na reta final, restando somente uma rodada para o encerramento do Campeonato Brasileiro.

Sem ter o apoio necessário por parte de Marco Polo Del Nero (foto) e seus aliados, Guarani e Grêmio Prudente foram rebaixados da elite e irão disputar a Série B de 2011. O Bugre ainda sofreu com a falta de competência de sua diretoria, principalmente por parte do presidente Leonel Martins de Oliveira, enquanto que o time de Presidente Prudente sofreu mesmo sem o fundamental apoio da entidade que organiza o futebol paulista, já que foi punido com a perda de três pontos por conta de escalação irregular de jogador.

Assim, o Brasileirão de 2011 vai contar somente com os quatro maiores clubes do Estado de São Paulo (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo), fato que não acontecia desde 2007, quando o Corinthians foi rebaixado para a Série B. Em 2008, também foram quatro representantes, com a Portuguesa na vaga do Timão. Enquanto que em 2009 e 2010, foram seis representantes paulistas, já que Santo André e Guarani também entraram na disputa ao conquistarem acessos na Série B.

O desacaso da FPF com o futebol paulista fica evidente e não é preciso ir muito longe para se perceber tal fato. Em 2006, o futebol paulista contava com seis representantes, já que além dos quatro principais times do Estado, ainda tinha Ponte Preta e São Caetano, que acabaram rebaixados e, desde então, lutam para retornar à elite nacional. Apesar disso, essa foi, ainda, a primeira vez que a competição foi disputada com 20 times, já que a cada ano era diminuido dois integrantes.

Em 2004, o número de paulistas era ainda maior: sete paulistas. O motivo foi a inclusão do Guarani, que seria rebaixado naquele ano, mas a competição tinha 24 times. Em 2002, o Estado de São Paulo tinha oito representantes (São Paulo, Santos, Corinthians, Palmeiras, Portuguesa, São Caetano, Guarani e Ponte Preta). Naquele ano, dois foram rebaixados para a Série B de 2003: Palmeiras e Portuguesa. Em 2001, o número era ainda maior: nove. Já que o Botafogo de Ribeirão Preto fazia parte da disputa, que tinha 28 times.

Foi justamente no início dos anos 2000 que o São Caetano brilhou e aumentou ainda mais a visibilidade dos grandes centros para o futebol do interior paulista. O Azulão foi, por duas oportunidades, vice-campeão do Brasileirão. Em 2000, o time do ABC foi derrotado pelo Vasco da Gama, que tinha o trio formado por Romário, Juninho Paulista e Juninho Pernambucano. Em 2001, a derrota na decisão foi diante do Atlético-PR, que contava com o artiheiro Alex Mineiro e tinha como destaques Adriano Gabiru e Kléberson.

Outro fato importante que destaca a importância do interior paulista na disputa do Brasileirão é o título do Guarani em 1978. Até os tempos de hoje, o time de Campinas é o único clube não pertencente a uma capital a conquistar a taça nacional da elite. O rival do Bugre, a Ponte Preta, mesmo não tendo conquistado o título, sempre realizou ótimas campanhas quando esteve na elite, tendo, inclusive liderando o primeiro turno em 2006, ano em que foi rebaixada. Além de 1999, quando chegou às quartas-de-final e foi eliminada diante do São Paulo, e 2000, quando caiu diante do Grêmio, na mesma fase.

Nenhum acesso em 2010!
O futebol paulista amarga a decadência até mesmo na questão dos acessos. Em 2010, nenhum clube paulista, em nenhuma divisão nacional, conquistou o acesso. Por outro lado, foram três rebaixamentos. Além de Guarani e Grêmio Prudente, rebaixados da elite para a Série B de 2011, o Santo André também amargou a degola, mas da Série B para a Série C de 2011. Isso já beira o cúmulo, para o clube que é o atual vice-campeão estadual.

Nas últimas dez edições do Brasileirão, o futebol paulista só não teve clubes rebaixados em três delas. Em 2000, a competição tinha como regulamento que nenhum clube seria rebaixado, fator fundamental para que um clube não disputasse a Série B na próxima temporada, pois o Corinthians foi o vice-lanterna, a frente somente do Santa Cruz. Em 2003, a competição teve somente dois rebaixados, outro fato determinante, jám que se fossem quatro, a Ponte Preta estaria degolada. A outra vez foi em 2005, quando Ponte Preta e São Caetano conseguiram escapar somente na rodada final.

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