terça-feira, 22 de março de 2011

Pressionado, Kleina dobra salário na Ponte Preta e rejeita o FluminenseSaída do técnico era ruim para os dois clubes e para ele mesmo
Campinas, SP, 21 (AFI) - O técnico Gilson Kleina continua no comando da Ponte Preta. Depois de se comprometer com a diretoria do Fluminense de que aceitaria a proposta para ser técnico tampão até a chegada de Abel Braga, em maio, o treinador se arrependeu e voltou atrás de sua decisão. Na tarde desta segunda-feira, Kleina se reuniu com a diretoria da Ponte Preta e como bônus por sua permanência vai receber aumento e terá seu salário dobrado - de R$ 50 para R$ 100 mil.


Confira!
» Kleina usa proposta do Fluminense e recebe aumento na Ponte Preta


Mas a tarde começou agitada, porque vários sites esportivos do Rio de Janeiro davam como certa a ida de Gilson Kleina para o Fluminense. Ele teria já prometido assumir o cargo para os dirigentes cariocas, especificamente ao diretor Celso Barros.

O técnico iniciou uma reunião com os dirigentes da Ponte Preta por volta das 15h30. Pelo clube estavam o diretor Márcio Dela Volpe e do supervisor Marcus Vinícius. Eles teriam recebido a ordem do presidente Sérgio Carnielli para não deixarem o técnico sair neste momento decisivo do Campeonato Paulista. Faltam apenas cinco rodadas para o término da primeira fase, com a Ponte praticamente classificada.

Desprestígio nacional
Além disso, seria um desprestígio nacional para a Ponte Preta perder o seu técnico para ser o técnico interino (três meses) do Fluminense. Algo que costuma acontecer muito no futebol do Rio de Janeiro.

"A Ponte Preta é um clube centenário e não pode, com todo respeito, ser comparado a um Olaria, um Bonsucesso ou um Madureira da vida..." comentou um dirigente pontepretano, não aceitando a saída repentina de Kleina.

Ruim para todos
A ida de Kleina para o Rio de Janeiro seria, com certeza, ruim para os dois clubes. A Ponte ficaria na mão, sem comando, além de ver seu prestígio abalado. E o Fluminense levaria para as Laranjeiras um técnico interino, sem a mesma qualificação de seu antecessor, Muricy Ramalho, por apenas três meses. Seria como entregar o comando de um Boing 747 para um piloto de teco-teco.

Certamente Kleina não aceitou ir também pela parte financeira. Nos três meses que ficaria no Fluminense ganharia um total de R$ 450 mil. Com o aumento recebido na Ponte, de R$ 50 para R$ 100 mil, ganhará um total de R$ 300 mil no mesmo período. Mas terá um prêmio de mais R$ 300 mil se chegar à final do Paulistão. Pode, portanto, faturar até R$ 600 mil neste período.

Além disso, tem contrato até dezembro para dirigir o time no Campeonato Brasileiro da Série B e com multa pesada, de R$ 450 mil. No final das contas, literalmente, a matemática só favoreceu o próprio treinador, que deu de bonzinho, fez discurso com emoção e vai dormir mais rico.

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