quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Retrospectiva: Hegemonia masculina e 'nova' campeã feminina na estrelada Superliga

A Superliga se tornou um dos campeonatos de vôlei com maior nível técnico nos últimos anos. Ao mesmo tempo, porém, iniciaram-se hegemonias tanto entre os homens como entre as mulheres. 2010 não foi um ano tão diferente, com a Cimed conquistando o tricampeonato no masculino, e com Rio de Janeiro e Osasco disputando a final no feminino. A grande surpresa ficaria por conta do título da equipe paulista, evitando o pentacampeonato do time de Bernardinho.

Florianópolis: capital do vôlei – A temporada 2009/2010 da Superliga masculina terminou como as duas anteriores: com título para a Cimed/Florianóplois. Nem o esquadrão montado pelo Pinheiros/SKY e nem as novas forças, o Sada Cruzeiro, SESI/SP e Bonsucesso/Montes Claros, conseguiram fazer frente ao time do levantador Bruninho.

A grande diferença desta temporada para as outras foi justamente o surgimento de novas forças no cenário nacional. Após cinco anos, finalmente o Minas Tênis Clube não chegou à final da competição, que se repetia desde a temporada 2005/2006. A equipe mineira caiu logo nas quartas de final do torneio, justamente em um clássico estadual diante do Sada Cruzeiro.

O nível da Superliga foi tão alto que o SESI/SP, do ponta Murilo, eleito o melhor jogador de todas as competições que jogou pela seleção brasileira em 2010, foi eliminado logo nas quartas de final. O Pinheiros/SKY, que montou um esquadrão de estrelas, com Giba, Marcelinho, Gustavo e Rodrigão, eliminou os rivais paulistas, mas não passaria pela Cimed na semi.

Do outro lado da chave, o duelo semifinal foi entre as duas surpresas de Minas Gerais. Embalado pela torcida que abraçou o time muito bem montado por Marcos Pacheco e pela força do ‘desconhecido’ Lorena, que se tornou o recordista em pontos em uma só edição da Superliga, o Bonsucesso/Montes Claros, fundado em 2009, desbancou o Sada Cruzeiro e chegou à inédita decisão.

A final foi disputada em um jogo único, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. A experiência de uma equipe três vezes campeã da Superliga falou mais alto, e o time comandado por Bruninho e Thiago Alves encaixou uma vitória por 3 sets a 0 para conquistar o tetracampeonato da competição.

Mesma final, campeão diferente – A temporada 2009/2010 começou muito mal para o time de Osasco. O banco Bradesco resolveu encerrar a vitoriosa parceria que tinha com a equipe, que chegou até a anunciar a sua extinção. Porém, a prefeitura da cidade paulista resolveu bancar o projeto e buscou a Nestlé como nova patrocinadora.

Mesmo com as dificuldades, Osasco conseguiu manter suas principais jogadoras, como Natália, Sassá e Carol Albuquerque, e ainda trouxe Jacqueline e Thaísa, titulares na seleção brasileira. O esforço deu certo e levou a equipe paulista ao título da Superliga, quebrando a hegemonia do Unilever/Rio de Janeiro e evitando o pentacampeonato das rivais.

Mas se a Superliga masculina finalmente teve uma final diferente após quatro anos, a competição feminina não teve a mesmo diferença, repetindo o duelo entre Rio de Janeiro e Osasco pela sexta vez consecutiva. Nem mesmo o ressurgimento do Pinheiros ou os investimentos de São Caetano conseguiram frear o domínio das duas equipes.

A equipe do ABC trouxe Sheilla e Mari, duas das melhores jogadoras do mundo, e ainda contratou Fofão, levantadora da seleção nas Olimpíadas de Pequim. O fracasso do investimento foi tão frustrante que os investidores interromperam a ajuda de custo após o terceiro lugar na Superliga.

Já Pinheiros vem ressurgindo no cenário esportivo brasileiro com investimentos cada vez maiores. Com Paulo Coco no comando da equipe, Lia, Fabíola e Fernanda Garay ganharam maior dimensão no vôlei brasileiro e levaram a equipe ao quarto lugar na Superliga. Pouco depois, a base desta equipe levaria o Campeonato Paulista em cima do estrelado Vôlei Futuro.

Mais estrelas - Se os maiores ídolos do nosso futebol estão atuando em times da Europa, longe do torcedor, o vôlei vive uma realidade completamente diferente. Há anos as principais estrelas estão no Brasil, fazendo da Superliga um dos campeonatos mais fortes do mundo. O ano de 2010 não foi diferente e o país seguiu na repatriação de atletas.

Neste cenário, a grande força de contratações de 2010 foi o Vôlei Futuro. A equipe de Araçatuba costuma apostar em jovens talentos, mas decidiu investir alto nesta temporada e montou fortes equipes tanto no masculino quanto no feminino. Entre as mulheres, o grande destaque foi a repatriação de Paula Pequeno, uma das melhores do mundo. Entre os homens, o clube trouxe Leandro Vissotto, destaque da seleção de Bernardinho em 2010, e Ricardinho, um dos melhores levantadores da história. Além disso, tirou o meio Lucão e o líbero Mário Júnior da Cimed.

O resultado do investimento começou a aparecer no Campeonato Paulista, pelo menos entre os homens, com o título em cima do SESI, de Murilo e Escadinha. Entre as mulheres, a equipe até chegou à final, mas foi surpreendida pela força do elenco de Pinheiros, que já havia batido Osasco na semifinal.

No Rio de Janeiro, o Unilever perdeu Érika para o voleibol turco, mas se movimentou para aproveitar o fim do patrocínio do São Caetano e contratou Mari e Sheila. A equipe chegou à final do Campeonato Estadual, mas o jogo contra o Macaé foi adiado pelos problemas da violência no estado.

Campeão nacional, o Sollys Osasco conseguiu manter quase toda a sua base, mas não foi o suficiente para levar o Mundial de clubes. As brasileiras foram derrotadas duas vezes pelo Fenerbahce, time comandado por Zé Roberto e que conta justamente com Fofão, que deixou o São Caetano para acertar com o time turco.

Já Minas Gerais viu a tentativa de ressurgimento do Minas Tênis Clube parar no Sada Cruzeiro na decisão do estadual. Com o nome de Vivo Minas, a equipe trouxe Marlon e conseguiu bater o Montes Claros, enfraquecido pela saída de alguns atletas, como Lorena, na semifinal, mas acabou derrotado na final.

Enquanto isso, o Cimed continua sobrando no voleibol de Santa Catarina, com o tricampeonato estadual e o quarto título catarinense em apenas seis campeonatos disputados. O time perdeu Lucão e Mário Júnior, mas trouxe o ponta João Paulo, reserva na seleção brasileira, o ponta Jardel e o oposto Anderson, ambos com passagens pelo time de Bernardinho.

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