quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Retrospectiva: Consagração masculina contrasta com choro feminino no vôlei

O ano de 2010 guardou emoções diferentes para as seleções masculina e feminina do Brasil nas quadras de vôlei. O time de Bernardinho conseguiu se consagrar de vez, conquistar o eneacampeonato da Liga Mundial e ainda faturar o tri mundial na Itália, em um título marcado pela polêmica da ‘entregada’ contra a Bulgária. Por outro lado, as meninas de Zé Roberto acabaram sem nenhuma conquista e com a frustração de uma nova derrota para a Rússia na decisão do Mundial da categoria.

O ano ainda foi de consagração para Murilo Endres. O ponta, que chegou à seleção conhecido apenas por ser irmão do meio Gustavo, se destacou em todas as competições que disputou e liderou a o time brasileiro em todos os títulos, sendo eleito o melhor jogador tanto da Liga Mundial quanto do próprio Campeonato Mundial.

Com 2010 muito próximo do fim, o ESPN.com.br faz uma retrospectiva sobre o que de melhor aconteceu no ano nos mais variados esportes. São, ao todo, 13 especiais que resumem as conquistas, as bizarrices, os fracassos, as polêmicas, enfim, tudo que agitou a Copa do Mundo, o futebol nacional e internacional, os esportes olímpicos, o basquete, o tênis, o ano em branco do trio de ferro paulista e até o pôquer.

Em ano de Mundiais, a redação da ESPN relembra como foi a participação das seleções masculina e feminina nas principais competições que cada uma participou.

Preparação boa – Bernardinho não tem do que reclamar de seu ano no comando da seleção masculina. O técnico conseguiu comandar o time nas conquistas dos dois campeonatos mais importantes e ainda confirmou o Brasil em um patamar superior à Itália em termos de títulos.

Enquanto o país se preocupava com o desempenho da seleção de Dunga na Copa do Mundo de futebol na África do Sul, Bernardinho comandava uma campanha quase perfeita na Liga Mundial de vôlei. A seleção brasileira terminou a primeira fase em primeiro lugar de um grupo que contava com Bulgária, Holanda e Coreia do Sul e com apenas uma derrota, sofrida diante dos holandeses. Em seguida, avançou às semifinais liderando um grupo formado por Sérvia e Argentina, que sediou a fase decisiva da competição.

Na semi, o Brasil teria seu primeiro encontro com o jovem e forte time cubano no ano. Este ainda seria o momento mais difícil da equipe no campeonato, com o levantador Bruninho sentindo a pressão e jogando mal. Após perder o primeiro set da semifinal, Bernardinho mandou à quadra o experiente reserva Marlon e conseguiu a virada, fechando a partida em 3 sets a 1.

Marlon foi mantido no time titular, e o Brasil conseguiu superar a Rússia na decisão, também por 3 sets a 1, conquistando pela nona vez a Liga Mundial, oitava sob o comando de Bernardinho.

Polêmica e tri mundial - Na sequência do ano, o Brasil teria sua principal competição em 2010, o Campeonato Mundial. Bernardinho só não sabia que encontraria tantos problemas na competição. Logo de cara, Marlon sentiu problemas estomacais e só não foi cortado do elenco porque a Federação Internacional não deixou que a seleção inscrevesse outro atleta. Assim, o Brasil jogou boa parte do torneio sem poder contar com um reserva para Bruninho.

Além disso, a seleção brasileira contava com a total falta de hospitalidade, já que o Mundial estava sendo disputado na Itália, que queria a conquista em casa para se reerguer. Várias seleções chegaram a acusar os italianos de se beneficiaram até na estranha fórmula de disputa da competição, que contava com três fases de grupo antes de chegar às semifinais.

Mesmo com as dificuldades, o Brasil foi avançando. Na primeira fase, foi segundo de um difícil grupo com Cuba, Espanha e Tunísia. Na sequência, acabou caindo em outra ‘chave da morte’, com Polônia e Bulgária, e se envolvendo em uma das grandes polêmicas esportivas do ano.

Já classificada após bater a Polônia, a seleção resolver ‘entregar’ o jogo para a Bulgária, para cair em um grupo mais fácil na terceira fase. Bernardinho mandou à quadra um time sem levantador e não fez questão nenhuma de buscar a vitória. Os jogadores e o treinador negam que entraram para perder, mas admitem que se pouparam para evitar lesões. A seleção ainda se defendeu acusando a Itália de se beneficiar com o regulamento do Mundial.

A partir deste jogo, o Brasil não enfrentava apenas seus adversários e a torcida italiana, mas também jogava para se afirmar em quadra. A terceira fase começou com um confronto duríssimo diante da República Tcheca, vencido apenas no tie break. Na sequência, porém, Bernardinho conseguiu colocar os nervos do time no lugar, e a seleção atropelou a Alemanha, se garantindo nas semifinais.

O destino apontou um duelo entre Itália e Brasil logo nesta fase da competição. Diante do seu maior rival no torneio, a seleção entrou mordida em quadra, enfrentou a torcida local e a arbitragem, e acabou saindo com uma vitória incontestável por 3 sets a 1.

Em alta, o Brasil reencontrou Cuba na decisão. O jogo serviu apenas para mostrar a superioridade brasileira, com direito a um 25 a 14 em uma das parciais e um passeio por 3 sets a 0 para conquistar o tricampeonato mundial, igualando o número de conquistas da Itália na competição.

Choro – Se o ano foi de alegria para os homens, as meninas não puderam fazer a mesma festa. A seleção comandada por Zé Roberto até fez grandes exibições e chegou a encantar o mundo, mas acabou com dois vice-campeonatos amargos.

No Grand Prix, o Brasil teve uma primeira fase muito boa. Em nove jogos, a seleção só foi derrotada pela Itália e conseguiu superar rivais fortes, como China e Polônia, e se classificou com a melhor campanha entre as seis equipes que disputariam o hexagonal final.

O problema é que uma zebra logo na estreia da fase decisiva atrapalhou os planos das brasileiras. O Japão surpreendeu o time de Zé Roberto e conseguiu uma impressionante vitória por 3 sets a 2, mesmo após perder a primeira parcial por 25 a 13.

A partir e então, o Brasil entrou em quadra pressionado e ainda foi derrotado mais uma vez. De novo no tie break, a seleção caiu para os Estados Unidos, que se consagrariam campeões do Grand Prix.

A redenção poderia vir no Mundial do Japão, mas os problemas começaram logo antes da competição. Paula Pequeno e Mari se lesionaram, e Zé Roberto perdeu duas de suas principais ponteiras para a competição. Mesmo assim, o Brasil encaixou uma campanha quase perfeita.

Em um grupo complicado, a seleção passou por Itália, Holanda, República Tcheca, Porto Rico e Quênia, fechando a primeira fase invicta. O aproveitamento perfeito ainda seria mantido na sequência da competição, com direito a uma revanche com os Estados Unidos e vitórias sobre Alemanha, Tailândia e Cuba.

Nas semifinais, Zé Roberto teve a chance de ter outra revanche, desta vez diante do Japão. Jogando contra a torcida, porém, a seleção sentiu a pressão, perdeu os dois primeiros sets e deu sinais que nem alcançaria a decisão. O Brasil teve que contar com a força da jovem Natália e com a habilidade de Sheila para buscar a reação e fechar a partida em 3 sets a 2.

O problema é que a final traria um dos grandes algozes de Zé Roberto como adversário. Responsável pelo vexame brasileiro nas Olimpíadas de 2004 e pelo vice no Mundial de 2006, a Rússia novamente seria a ‘pedra no sapato’ da seleção. Contando com um excelente dia de Gamova, eleita a melhor jogadora da competição, as europeias se sagraram campeãs e fizeram com que o ano terminasse com muito choro para as meninas do Brasil.

Calendário da série de retrospectivas do ESPN.com.br:

20/12 - Esportes Norte-Americanos
21/12 - MMA
22/12 - Vôlei
23/12 - Qual o time da década no Brasil, Internacional ou São Paulo?
24/12 - O fracasso do 'Trio de Ferro' paulista
25/12 - Copa do Mundo
26/12 - Esportes Olímpicos
27/12 - Velocidade
28/12 - Tênis
29/12 - Basquete
30/12 - Futebol Nacional
31/12 - Futebol Internacional
01/01 - Pôquer

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