quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Retrospectiva: Relembre a polêmica derrota brasileira para a Bulgária

Acostuma apenas com os elogios e as glórias, a seleção masculina de vôlei enfrentou uma situação diferente em 2010 e teve que aprender a lidar com as críticas. O time de Bernardinho foi alvo de reclamações por conta da estranha derrota para a Bulgária, na segunda fase do Mundial. O Brasil entrou em quadra desfigurado , sem levantador, e conseguiu um resultado que o colocava com uma caminho mais fácil na sequência da competição.

Relembre o caso – Após perder uma partida na primeira fase para Cuba, o Brasil caiu em um difícil grupo com Polônia e Bulgária. Mesmo assim, o time de Bernardinho conseguiu assegurar sua vaga antecipadamente, já que os poloneses perderam suas duas partidas na chave.

Já classificada, a equipe sabia que vencendo a Bulgária teria um caminho muito mais complicado na sequência do Mundial, tendo que enfrentar Cuba e Espanha. Se perdesse, a seleção pegaria Alemanha e República Tcheca e, além disso, teria a vantagem de fazer um deslocamento menor, saindo de Ancona e ficando em Roma até o fim da competição.

Com todas estas vantagens, a seleção brasileira entrou em quadra desfigurada, sem nem mesmo contar com um levantador. Bernardinho montou um time que conseguia poupar os atletas empiores condições físicas, mas a equipe não possuía nível para competir com os búlgaros. Marlon, o reserva de Bruninho, ainda se recuperava de um sério problema de saúde, e o Brasil não contava com outro levantador de ofício. O oposto Théo foi escalado na posição.

Assim, a seleção foi facilmente derrotada pela Bulgária em 3 sets a 0, com parciais de 25-18, 25-20 e 25-20. O time de Bernardinho foi vaiado e teve que enfrentar duras críticas da imprensa italiana, que já se posicionava desde o início contra o Brasil. Mesmo aqui a atitude foi muito questionada.

As explicações – Apesar de Giba, um dos principais jogadores da história do vôlei brasileiro, ter afirmado que a partida foi uma mancha em sua carreira, os atletas e Bernardinho garantem que, em nenhum momento, houve alguma conversa para que o Brasil entregasse a partida. O treinado esteve no Bate Bola em novembro e manteve um discurso alinhado com o de seus comandados, afirmando que só se queria poupar os atletas em piores condições.

Bernardinho admite que houve uma votação no elenco para decidir qual time entraria em quadra contra a Bulgária. Sedento por vitória, o técnico diz que queria mandar o time titular para a partida, mas foi voto vencido e só teve o apoio de mais três ou quatro atletas.

“Na véspera do jogo nos reunimos já sabendo que o resultado não influenciaria em nada a vida de nenhuma outra equipe. Os jogadores já estavam preocupados com a condição física, principalmente com o Bruninho, que não tinha suplente. Conversamos sobre aquilo e abri a votação. A decisão foi corajosa, dura, mas correta. E nunca se colocou em pauta entrar para perder, só discutimos como íamos entrar em quadra”, afirmou.

Apesar disso, Bernardinho assume toda a culpa por não saber administrar bem a situação, já que os jogadores da seleção estavam ainda mais revoltados pelo mau tratamento que recebiam dos italianos, anfitriões do Mundial. O técnico ainda se desculpou com os torcedores que estiveram no ginásio e não puderam ver a seleção brasileira de verdade.

Escolha certa – Outro grande expoente da seleção segue a mesma linha de Bernardinho na análise da situação. Eleito o melhor jogador do Mundial e também o melhore esportista do ano no Brasil, Murilo também conversou com a equipe do ESPN.com.br e acha que a decisão tomada foi certa. Ele ainda vê um certo exagero nas críticas.

“Houve um exagero (nas críticas), talvez. Ficamos chateados porque saímos como se fôssemos os únicos culpados. E por ter poupado jogadores. A gente tem consciência do que fez, foi a escolha certa”, disse.

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