segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Em entrevista reveladora, Mourinho admite que Inglaterra é habitat natural e diz que manda embora desafetos

José Mourinho está feliz no comando do Real Madrid. Mas ele não esconde: seu casa é a Inglaterra, por onde esteve entre 2004 e 2007 pelo Chelsea. Em entrevista à revista ‘France Football’ publicada neste domingo pela ‘Folha de S.Paulo’, o português explicou por que seu trabalho rende mais e faz dele um vencedor e revelou que costuma mandar embora os jogadores que não gostam dele. Um deles, o argentino Nicolas Burdisso, porém, o fez mudar de ideia na passagem pela Internazionale.

Leia os principais trechos da entrevista:

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Amor à Inglaterra

“Tornei-me quem eu sou graças aos times que treinei. Por mais que essas experiências tenham sido enriquecedoras, não posso dizer que preferi uma às demais. Mas jamais escondi que, do ponto de vista social e do trabalho, a chance na Inglaterra foi a que me deixou mais feliz. Meu habitat naural é o futebol inglês. É lá que pretendo encerra a carreira.”

Feliz no Real

“Mas não poderia estar mais feliz no Real, pelo time, pelo amor que ele inspira e pela importância dos desafios que terei. Aqui a pressão da mídia é terrível, mas meu conhecimento torna possível combatê-la. No Real Madrid, excluídos Iker – Casillas – e Carvalho – Ricardo -, todos são muito jovens. É o oposto da Inter, cujos atletas estão na casa dos 30.”

Pulso firme e Burdisso

“Alguns técnicos preferem se esconder atrás do diretor, do presidente. Eu, não. Desde o começo, identifico esse jogador – que não gosta do técnico – e digo a ele que vou tirá-lo do time. Isso nada tem a ver com falta de respeito. É exatamente o oposto” Você já mudou de ideia? “Sim. Na Inter, quando cheguei, disse a um jogador que o melhor para ele seria sair.”

Quem Era? “Burdisso – Nicolas. Queria negociá-lo para investir em outros atletas. Mas ele, por fim, enquadrou-se melhor nos meus planos do que qualquer outro atleta que eu tenha treinado. Ele me disse: ‘Provarei que sou capaz de jogar’ Respondi: ‘Hoje eu não o quero no time, mas amanhã pode ser outro dia’. Agora ele sabe o quanto o amo e o quanto ficaria feliz de trabalhar com ele de novo.”

Trabalho diferenciado e modéstia

“As pessoas muitas vezes acham que é a quantidade de trabalho que faz a diferença. Eu discordo. Meus treinos nunca duram mais de 90 minutos. Minhas reuniões nunca passam de dez minutos. Faço três delas por semana. Uma na noite anterior a um jogo, uma na manhã da partida e uma última à tarde. As três reuniões são o resultado de sete pessoas durante a semana. Organizo e estrutura a estratégia. Depois, José Morais, meu assistente, comanda cinco outros colaboradores, ilustradores e especialistas que usam Photoshop, Power Point etc.”

“Gosto que as pessoas que me cercam pensem assim: que somos fortes, que somos os melhores, que ninguém pode nos vencer. As pessoas afirmam que é uma atitude arrogante, mas a considero respeitosa. Quando você diz que deseja ser forte, você não se esquece de que os outros também são fortes. Modéstia é uma qualidade que em nada ajuda.”

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