domingo, 20 de março de 2011

AL: Davino quer repetir resultados vitoriosos no CorinthiansAcostumado com grandes conquistas, Davino aceitou o desafio e terá uma difícil tarefa
Maceió, AL, 19 (AFI) - Aos 56 anos, o técnico Roberval Davino, com passagens em várias equipes do interior de São Paulo retornou para Alagoas e há quase 20 dias assumiu o compromisso de comandar o Corinthians-AL no Estadual. Acostumado com grandes conquistas, Davino aceitou o desafio e terá uma dura e difícil tarefa a cumprir pela frente: fazer o Tricolor da Via Expressa voltar a ser campeão no futebol profissional.


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Em entrevista exclusiva ao portal Futebolalagoano.com, Roberval Davino conta um pouco de sua história, revela os objetivos que ainda tem a atingir na carreira, as várias situações vividas no futebol e os frutos colhidos na vida particular nos 21 anos de carreira como treinador de futebol profissional.

Na parte inicial da entrevista, Roberval Davino deixou claro que já começou a organizar a sua vida para uma possível aposentadoria e sua meta é continuar morando em Alagoas. No projeto está uma confortável casa, localizada na belíssima praia do Francês (conhecida no país inteiro, pelo grande número de turistas que recebe durante o ano), no litoral Sul do Estado.

FA – Quais as razões que te levaram a aceitar o desafio de comandar o Corinthians na seqüência do Campeonato Alagoano?
Roberval Davino – O aspecto físico do Corinthians é muito bom. A qualidade dos campos, as condições de trabalho que são oferecidas, a maneira como o clube é administrado, os compromissos são cumpridos. Então é um time que tem uma condição de trabalho muito boa e isso são fatores que balançam qualquer profissional.

FA – Como você avalia esse grupo do Corinthians que está disputando o Campeonato Alagoano?
RD – É um grupo bom, que está no nível dos outros. O Corinthians foi um dos times que menos contratou, posso citar o Murici que contratou 4 jogadores, Coruripe, CRB e CSA também investiram muito, mas é um grupo dentro da proposta de trabalho do João Feijó, é claro que tentamos algumas opções, perdemos jogadores importantes como Afonso e Tozim, o Zé Carlos ainda não foi, mas também tem mercado e é um grupo que podemos dizer que é muito bom, vamos tentar fazer esses atletas ganharem ainda mais confiança de que podem vencer na vida

FA – Você pretende voltar a comandar um clube de São Paulo? Quais os seus objetivos?
RD –Tenho alguns objetivos ainda. Tem lugares que ainda não trabalhei, recebi propostas e não fui. Então, tem três lugares que ainda tenho interesse de trabalhar, não sei se vou conseguir porque a luta é grande, são mais de 40 clubes na minha carreira. Já estou me reestruturando para descansar, já tenho até minha casa na praia do Francês, onde me organizo para uma vida paralela ao futebol, porque cansa essa vida de mais de 40 clubes e desde 1989 que estou rodando o mundo não é fácil, normalmente quem passa tanto tempo fora como eu tem a ideia de retornar, mas eu tenho que sobreviver e para sobreviver eu preciso de alternativas, trabalhar em equipes com calendário que te dá opção de trabalhar o ano todo. Então, são planos que eu tenho para a seqüência de 2011. A proposta do Corinthians serviu para reestruturar minha vida, das minhas netas e da minha família. Tenho a ideia de trabalhar ainda em Minas Gerais e no Paraná. Cheguei a receber propostas e não fui, mas gostaria muito de trabalhar.

FA – Com todos esses anos de carreira, como você conseguiu arrumar tempo para a família?
RD – Esse foi um preço alto que paguei em minha vida. O tempo que mais juntei os meus filhos, foi em minha passagem no Japão, quando passamos três anos juntos, mas normalmente meus filhos foram criados sozinhos, como continuam sozinhos hoje. Eu tenho uma filha que é médica em São José do Rio Preto, tenho um filho trabalhando com futebol em Jundiaí e ainda estou com uma filha no Japão que é professora. Então, você pode perceber o quanto é difícil a convivência com meus filhos. Em compensação, nós tivemos condições de conviver com as nossas duas primeiras netas. Hoje elas estão comigo e com minha esposa, uma de 14 e outra de 15 anos. Mas elas chegaram também em um processo que não dava mais para continuar comigo, porque minha média de clube por ano era uma média de três clubes. Era gozado, elas começavam falando gaúcho, passavam por caipira de São Paulo e terminavam pelo goiano. Então, o relacionamento, o dia a dia delas na escola acabaram prejudicando e tivemos que entregá-las para a mãe e elas passaram oito anos aqui em Maceió, estudando e agora como minha filha foi para o Japão, nós pegamos elas de volta. Mas foi um preço alto que pagamos. Só para você observar o que o futebol faz, tem irmãos que ainda não tive a oportunidade de ver nesses quase 20 dias que estou aqui no Corinthians.

FA – Além das conquistas, quais os frutos que você conseguiu colher no futebol?
RD – O principal foi o respeito. Saí de Maceió sem muito espaço e consegui vencer em um mercado como o de São Paulo. Vencer como temos vencido de formas difíceis. Ficou caracterizado lá que minha especialidade era salvar os clubes do sufoco. Então, o respaldo que construí no futebol é uma coisa muito difícil de acontecer para quem vem de baixo. Todos os clubes que passei, acabei voltando por cinco, seis vezes. Tento trabalhar com critérios e, graças a Deus, as pessoas gostam muito de mim por isso.

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