quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Mundial: Torcida nota 10 para um time que sequer mereceu notaOs torcedores do Inter não se esquecem da rivalidade com o Grêmio, seja qual for a circunstânciaDubai, UAE, 15 (AFI) - A “Maré Vermelha” colorada que invadiu os Emirados Árabes Unidos chorou, e muito, o fim do sonho título Mundial na derrota desta noite (final de tarde no Brasil) diante do folclórico Mazembe, por 2 a 0. A Caravana Colorada cobriu de vermelho os 160 quilômetros da moderna rodovia Sheikh Zayed que liga Dubai à Capital Abu Dhabi. Diferente do que ocorre no Brasil, os torcedores foram bem recebidos em todos os postos existentes ao longo da estrada, tanto antes como após a partida. Absolutamente nenhum incidente foi registrado pela polícia rodoviária dos Emirados Árabes, que elogiou, e muito, o comportamento dos brasileiros.


Confira!
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A torcida do Inter começou a chegar cedo ao estádio do Al Jazira, uma arena moderníssima que une duas torres comerciais e um hotel às arquibancadas destinadas ao publico, num conceito sem paralelos no Brasil, mesmo se considerarmos os projetos já em andamento para a Copa de 2014. Bem humorados e confiantes, os Colorados foram contagiando os seguranças e torcedores locais. Na frente dos portões da zona amarela foi instalada uma área geral de entretenimento, onde os organizadores do Mundial promoveram jogos entre os torcedores com farta distribuição de brindes, em meio a apresentações musicais, números de equilibristas, etc.

"Cobertura azul deu azar"
Os torcedores do Inter não se esquecem da rivalidade com o Grêmio, seja qual for a circunstância. Os organizadores do Mundial cobriram cerca de oito mil lugares da arquibancada superior das duas cabeceiras do estádio com um tecido azul estampado com a logomarca do Mundial, buscando concentrar os torcedores nos setores previamente comercializados. Como as cadeiras da Arena do Al Jazira seguem as cores do clube tricolor, preto, branco e vermelho, o azul da imensa faixa de tecido passou a contrastar com as cadeiras pretas, trazendo as cores do Grêmio ao palco da partida desta noite. A torcida do Inter aproveitou para lançar os tradicionais gritos de guerra contra o Grêmio, e muitos capricharam nas orações antes do início da partida...

Tensão e choro com derrota
Parece que dirigentes e Comissão Técnica do Internacional se esqueceram de alertar aos jogadores que para chegar à Inter de Milão havia um time Africano pelo Caminho, que jogaria com o coração na ponta das chuteiras. Enquanto o Inter cadenciava a partida e abusava das conclusões erradas, o Mazembe apelava para a reza, cantos africanos e muita disposição defensiva. Quando foi ao ataque, contou com a colaboração do sistema defensivo do Inter para vencer a partida.

Num dos “ritos”de magia utilizados pelo time do Congo, os 11 titulares se ajoelharam em oração na linha do gol a ser defendido pelo clube, buscando fechar os caminhos do time Colorado... Deu tão certo quanto os pulos frenéticos do goleiro Kidiaba na comemoração dos dois gols do seu time, fato que se repetiu quando o árbitro apitou o final do confronto. Do lado do Inter, choro e lágrimas desesperadas, que poderiam ter sido evitadas com mais seriedade por parte dos atletas e um melhor planejamento. Tanto pouparam o time para o Mundial que a equipe perdeu seu ritmo e consistência. Os jornalistas esportivos e dirigentes do futebol árabe criticaram duramente o time, que parecia estar disputando um jogo amistoso, na opinião da maioria.

Torcedores dão exemplo
A torcida do Inter promoveu a maior invasão da história dos Mundiais em Abu Dhabi. Foram mais de doze mil os Colorados presentes ao Estádio Mohammed Bin Zayed, na estimativa do policiamento local, superando em muito as estimativas iniciais. Um grupo de cerca de 200 torcedores do Congo, muitos vestidos com roupas típicas, ficou ilhado no meio da torcida do Inter. Sem nenhuma intervenção do policiamento, puderam cantar, pular e celebrar sem qualquer constrangimento por parte da imensa maioria que vestia o vermelho e branco.

Nos minutos finais do jogo, os oito instrumentistas do grupo africano tocaram a musica oficial Copa do Mundo da África do Sul, consagrada na voz da cantora Shakira. E como previa a letra, dessa vez chegou a hora da África festejar seu primeiro representante na final de um mundial de clubes da FIFA. Os torcedores Africanos saíram cantando e dançando em meio a “Maré Vermelha” Colorada, mais uma vez sem incidentes. No meio do trajeto, a Torcida do Inter aplaudiu os torcedores Africanos, mostrando que quando é tratado com respeito, o torcedor brasileiro dá aula de civilidade até às torcidas Européias. A Torcida do Inter merece nota 10, e não merecia o vexame dado pelo time...

Brasileiros devem perder mercado
A derrota do Inter foi um balde de água gelada para as pretensões de muitos empresários de jogadores brasileiros que acompanhavam de perto este mundial. Antes unanimidade no mercado árabe, as últimas derrotas do futebol brasileiro estão levando os olhares dos dirigentes dos clubes desta região para outros mercados. Apenas em 2010, foram três resultados negativos: Derrotas na Copa do Mundo, no amistoso contra a Argentina disputado no Catar, e agora na eliminação do Inter no Mundial de Abu Dhabi.

Os agentes de jogadores Africanos já se movimentam para abocanhar uma fatia maior do mercado dos Emirados na janela de transferências de janeiro, enquanto rumores de interesse em jogadores do Inter por parte de clubes com Al Ain e Al Nasser caíram totalmente por terra. Hoje os heróis do futebol que estampam as páginas dos Jornais dos Emirados Árabes são africanos, e não brasileiros...

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