terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Natal sempre chega mais cedo em Barcelona

Não sou muito de datas, comemorar isso ou aquilo. Pra mim, todo dia é dia de festa. Mesmo quando se trata de aniversário. De quem quer que seja. Dou parabéns para um ou outro, e não vai muito além disso. Acho o cúmulo da carência ficarem te cobrando essas coisas. Um pouco de falta de saco mesmo.

Mas tenho consciência de que sou minoria. Muita gente por aí realmente gosta de receber um alô, presentinhos e tudo mais. Não sei bem, mas Bobby Charlton, o Sir, parece ser disso. Dos maiores craques que já passaram pelo English Team e pelo Manchester United, já falou abertamente sobre o assunto na imprensa. De seu apreço por essas ocasiões.

É tão ligado nisso que chegou até a relacionar o Natal com o futebol. Melhor do que ninguém, inclusive. “Quando acordo e vejo que tem uma partida de futebol para assistir ou jogar, é como se fosse Natal para mim”.

Bons tempos, né? As coisas mudaram, Sir Bobby sabe disso. Há bastante Halloween por aí. Ontem, porém, muita gente boa, carente ou não, parece ter recebido seu presente mais cedo. Obra do Barcelona, que atropelou o Real sem dó. Um monólogo regido por um time que joga junto, como se fosse um só, e que fez Mourinho relembrar sua época de Camp Nou, sentado ao lado de outro inglês, outro Bobby, outro Sir. Sir Bobby Robson.

Época em que ocupava o cargo de tradutor, tinha o seu trabalho elogiado, suscitava algumas polêmicas e parava por aí. Nesta segunda, contudo, o português falhou ao tentar traduzir o jogo catalão. Sacou Higuaín, lesionado, e pôs em campo um Benzema que parece cada vez mais fadado ao fracasso no Bernabéu. Acontece. O técnico tenta ressuscitar o francês. Difícil conseguir.

Mou está sujeito a erros. Tratou de avisar em seu primeiro contato com jornalistas espanhóis. “Eu sou José Mourinho, alguém que chegou aqui com todas as suas qualidades e seus defeitos”.

O Barcelona é bem isso também. Mas, como mostrou ontem, muito mais qualidades que defeitos. Um Barcelona de Natal. Um time pelo qual vale esperar 365 dias para ver jogar, diria Bobby Charlton, o Sir.

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