Torcida do Chelsea pede Mourinho; Hiddink pode voltar como diretor técnico

José Mourinho é, e pelo jeito sempre será, o "Special One" para a torcida do Chelsea. Com a demissão do italiano Carlo Ancelotti, não demorou para que os presentes no estádio do Everton, em Liverpool, ontem, cantassem o nome do treinador português. Algumas centenas de fãs que viram o último jogo do time na temporada (derrota de 1 a 0) acabaram dando voz a um sentimento que toma conta de grande parte da torcida do clube londrino.

A volta de Mourinho, no entanto, é quase impossível e nem é citada nos rumores sobre quem será o sétimo técnico da "Era Abramovich". A liberação do Real Madrid só viria se o português forçasse sua saída, e Mourinho já rejeitou a volta ao Chelsea no último mês de abril, quando sondado pelo ex-clube. Mourinho segue em contato próximo com o ex-chefe Abramovich e até ganhou uma Ferrari 612 Scaglietti de presente dois anos atrás, mas seu plano de vida é ser o sucessor de Alex Ferguson no Manchester United.

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Desde que o magnata russo comprou o clube, em 2003, seis nomes comandaram o Chelsea: o italiano Claudio Ranieri, Mourinho, o israelense Avram Grant, Luiz Felipe Scolari, Guus Hiddink e Ancelotti.

Justamente o penúltimo, o holandês Hiddink, é, segundo os jornais ingleses "The Guardian" e "The Times", o favorito de Roman Abramovich para assumir um outro cargo e escolher o novo técnico. Hiddink pegou o Chelsea de forma provisória, após a demissão de Felipão, no começo de 2009, e conseguiu levar o time às semifinais da Champions League - perdendo de forma polêmica para o Barcelona. Hoje, é técnico da Turquia e comanda a seleção local nas eliminatórias para a Eurocopa-2012.

A multa rescisória seria alta, mas isso não significa muito para o russo. A vontade de Hiddink deve falar mais alto, e o holandês tem como princípio não quebrar contatos. Ele só sairia em acordo com os turcos, e o jogo contra a Bélgica pelas eliminatórias da Euro, no próximo dia 3 de junho, irá ser decisivo para Hiddink definir seu futuro na seleção da Turquia - derrota representará praticamente a eliminação.

Hiddink não voltaria para dirigir o time. Ele quer ser diretor técnico do Chelsea, com poderes para contratar o próximo treinador. Os compatriotas Marco Van Basten e Frank Rijkaard se transformariam em favoritos para o cargo imediatamente.

O favorito nas casas de apostas é o português André Villas-Boas, que em sua primeira temporada no Porto levou o clube aos títulos da Europa League, Campeonato Português e, ontem, Taça de Portugal - repetindo feito de Mourinho em 2003. No ano seguinte, Mourinho ganharia também a Champions League, assinando na mesma semana daquela decisão seu contrato com o Chelsea - onde ganharia duas ligas, mas nenhuma Champions League.

Villas-Boas, que foi durante nove anos assistente de Mourinho, trabalhou no Chelsea com o "mestre", fala inglês fluente e tem apenas 33 anos - lideraria um projeto de longo prazo, se é que isso pode ser considerado possível no clube que vive de acordo com as vontades de seu dono. O grande problema é que o Chelsea deveria pagar por volta de 15 milhões de libras (R$ 35 milhões) para tirar o técnico do Porto.

Em tom mais especulativo, outros nomes citados pelos jornais ingleses são os do francês Didier Deschamps e do inglês Harry Redknapp - hoje no Tottenham e que seria a "via nacional" e para fazer o time jogar um futebol mais envolvente, como o apresentado pelo clube londrino durante a temporada.