ESPECIAL: Lusa aposta na tradição e na história para surpreender o São PauloO time do Canindé volta a disputar uma fase decisiva do Paulistão depois de 11 anos
São Paulo, SP, 19 (AFI) – Onze anos se passaram até que os sofridos torcedores da Portuguesa pudessem ver sua equipe em uma fase decisiva do Campeonato Paulista. E finalmente este dia chegou. Depois de campanhas medianas e péssimas, que acabaram inclusive com uma vexatória para a Série A2, em 2006, a Lusa volta a figurar entre os principais clubes do Estado e, por isso, mesmo não quer fazer feio.


Confira!
» ESPECIAL: Ponte Preta quer honrar o apelido de "Exterminadora"
» ESPECIAL: Oeste quer continuar surpreendendo no Paulistão contra Corinthians
» ESPECIAL: Mirassol enfrenta tabu diante do Palmeiras nas quartas-de-final do Paulistão


Para surpreender o poderoso e líder da primeira fase São Paulo, a Lusa aposta na tradição de um clube que já fora três vezes campeão paulista (1935, 1936 e 1973) e quatro vezes vice-campeão (1940, 1960, 1975 e 1985). E, assim, voltar a disputar uma semifinal depois de 13 anos.

"O São Paulo é uma grande equipe, que conta com jogadores excelentes, então é preciso respeitá-los", disse o zagueiro Maurício. "Sabemos da nossa força e de quanto lutamos para chegar até aqui. Não nos classificamos por acaso, então penso que será um bom jogo", completou.

A última vez que a Lusa chegou a uma fase decisiva aconteceu, em 2000, quando parou na terceira fase. Ficou no terceiro lugar no Grupo 7, atrás de Santos e São Paulo, que foram às semifinais. Em 1998, o clube do Canindé chegou pela última a uma semifinal. Na oportunidade, acabou eliminado pelo Corinthians em um jogo com arbitragem polêmica do argentino Javier Castrilli.

Traumas à parte, a Lusa se apóia na história recente para superar o Tricolor. É que, na última vez que encarou um time fora dos quatro grandes, acabou eliminado. No Paulistão de 2006, caiu perante o São Caetano nas semifinais, após um empate, por 1 a 1, e uma derrota, por 4 a 1.

O retrospecto geral do confronto entre os dois times, porém, é desanimador para a torcida verde encarnada. Até hoje, foram disputados 164 partidas, com 79 vitórias tricolores, 47 empates e 38 vitórias lusitanas. São 262 gols são-paulinos contra 174 da Lusa.

"Sabemos que a nossa caminhada será ainda mais difícil, mas tenho fé. Penso que podemos pensar em título. Temos um time focado nisso. Peço para que a torcida mantenha o pensamento positivo, pois é possível ir ainda mais longe", concluiu o atacante Jael.

O CARA: Jael
Jael tem apenas 22 anos, mas quem olha sua ficha acredita que ela é bem mais experiente. Polêmico e goleador, o Cruel, como foi apelidado pela torcida do Bahia, é um dos principais nomes lusitanos, mesmo tendo chegado no meio do Paulistão. Com seis gols na competição, alguns dele importantíssimos, como o da vitória sobre o Paulista (1 x 0), o matador já tornou-se uma grande referência para a torcida. Por enquanto, na Lusa, somente seu lado goleador tem aparecido. E a diretoria espera que continue assim. Desde 2007, ele já defendeu Criciúma, Atlético-MG, Cruzeiro, Goiás, Kalmar (Suécia) e Bahia, onde teve o contrato rescindido por agredir um dirigente.

FICHA TÉCNICA:

Nome do clube: Associação Portuguesa de Desportos
Fundação: 14/08/1920
Estádio: Canindé (capacidade para 21.004 pessoas)
Presidente: Manuel da Lupa
Último título paulista: 1973
Posição no Paulista-2010: 6º colocado

Time-base: Wéverton; Marcos Pimentel, Maurício, Domingos e Marcelo Cordeiro; Ferdinando, Guilherme, Henrique e Ivo; Luís Ricardo e Jael. Técnico: Jorginho.