segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Retrospectiva: Schumacher sofre com adaptação e companheiro em retorno

O impacto do retorno de Michael Schumacher à Fórmula 1 pode ser medido em duas cenas. A primeira, os treinos livres para o GP do Bahrein; a segunda, a quinta-feira antes do GP do Brasil.

Antes da corrida no deserto de Sakhir, em março, Schumacher era cercado como a celebridade esportiva que sempre foi. A volta do heptacampeão era um momento histórico e o assédio de fãs e imprensa se justificava.

Oito meses depois, Schumacher andava tranquilo pelo paddock de Interlagos às vésperas da penúltima corrida do ano. Parecia um piloto como qualquer outro dos que disputam posições no pelotão intermediário, sem chances de vitória e já pensando na próxima temporada. E era exatamente isso.

No ano em que decidiu dar fim à aposentadoria para dar vazão à grande paixão de sua vida, o dono de quase todos os recordes da Fórmula 1 sofreu.

Primeiro, com a natureza: aos 41 anos, percebeu já na pista que os reflexos não eram os mesmos. O pescoço ainda sentia os efeitos de uma queda em 2009, durante uma breve incursão na motovelocidade. Até uma incomum barriga podia ser vista nas primeiras corridas do ano.

O segundo desafio de Schumacher seria adaptar-se a um carro que não foi projetado para ele. O MGP W01, da Mercedes, foi construído com base no BGP01, que dera o título à Brawn e a Jenson Button em 2009. O alemão não gostou do comportamento do carro e não conseguiu se adaptar a ele; para piorar, Schumacher teve o mesmo problema de Felipe Massa: dificuldades para aquecer os pneus.

E, não bastassem todas essas questões, o alemão deparou-se com um obstáculo que também afligiu seu amigo brasileiro: um companheiro de equipe muito competente e em excelente fase. Nico Rosberg fez o que nenhum companheiro de equipe jamais fizera com Schumacher: dominou o heptacampeão durante toda a temporada.

Rosberg terminou o campeonato na sétima colocação, com 142 pontos, três pódios e ficou 15 vezes entre os dez primeiros, na zona de pontuação. Schumacher foi o nono colocado no Mundial, com 72 pontos e tendo três quartos lugares como seus pontos altos na temporada.

Para 2010, a esperança do alemão é que um novo carro e os pneus Pirelli – que voltam à Fórmula 1 – possam recolocá-lo em condições de brigar por vitórias e títulos. Ou, pelo menos, de se divertir sem “apanhar” tanto de um companheiro 16 anos mais jovem.

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