segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Retrospectiva: em ano de nova polêmica, Vettel se consagra e faz história

O ano de 2010 marcou a consagração de uma nova estrela na Fórmula 1. Com apenas 23 anos, o alemão Sebastian Vettel superou adversários campeões mundiais, como Fernando Alonso e Lewis Hamilton, além de seu companheiro de equipe, Mark Webber, para conquistar seu primeiro titulo na categoria.

Na temporada mais disputada de todos os tempos, nada menos que quatro pilotos chegaram à última prova, em Abu Dhabi, na luta pelo título. Vettel, que desembarcou no emirado em terceiro no campeonato, surpreendeu e tornou-se o mais jovem campeão em seis décadas da categoria.

Mas 2010 não foi apenas o ano de um jovem surgir para o estrelato. Foi, também, a temporada em que um veterano campeão resolveu voltar às pistas. E Michael Schumachr, ídolo inconteste de Vettel, decepcionou. Sem conseguir adaptar-se ao carro da Mercedes, ficou brigando no pelotão intermediário. Bem diferente dos tempos em que dominava o Mundial correndo pela Ferrari.

A escuderia italiana, aliás, continua a mesma. Bem ao estilo que fez nos tempos de Schumacher, a equipe deixou a esportividade em segundo plano e causou polêmica ao ordenar que Felipe Massa abrisse passagem para Fernando Alonso no GP da Alemanha. O brasileiro aceitou a ordem, o espanhol venceu e começou uma arrancada que quase acabou em título.

O mesmo episódio que alavancou a temporada de estreia de Alonso na Ferrari foi o ponto de virada para que Massa entrasse em declínio. Depois de entregar a vitória ao companheiro – exatamente um ano depois de sofrer o acidente mais grave de sua carreira – o brasileiro teve uma temporada pífia.

Com menos holofotes, outro piloto do país teve um ano bem mais agradável. Na Williams, Rubens Barrichello encontrou uma equipe disposta a aprender com ele. E, na temporada em que completou 300 GPs, o mais experiente piloto do grid pode não ter conquistado grandes resultados, mas conseguiu ganhar um respeito de um time que sonha com a volta às vitórias no futuro.

Os outros dois brasileiros no grid viveram um ano complicado, em equipes nanicas. Lucas d Grassi estreou na Fórmula 1 pela Virgin e sofreu com um carro que pouco evoluiu ao longo da temporada em relação à concorrência. Bruno Senna, sobrinho do tricampeão Ayrton, teve vida ainda mais difícil: na Hispania, passou a temporada às voltas com problemas mecânicos e nas últimas colocações de treinos e corridas.

Com 2010 muito próximo do fim, o ESPN.com.br faz uma retrospectiva sobre o que de melhor aconteceu no ano nos mais variados esportes. São, ao todo, 13 especiais que resumem as conquistas, as bizarrices, os fracassos, as polêmicas, enfim, tudo que movimentou o mundo do esporte. No mundo do esporte a motor, além da Fórmula 1, preparamos um resumo das principais categorias nacionais e internacionais.

Precoce, Vettel é aclamado ‘justiceiro’ e ganha lugar na história

Quando Sebastian Vettel cruzou a linha de chegada e venceu o GP da Abu Dhabi, última etapa da temporada, a Fórmula 1 ainda não tinha um campeão em 2010. O alemão precisou esperar até que Fernando Alonso chegasse em sétimo para só então comemorar. E o grito não era apenas do jovem alemão da Red Bull. Era de uma equipe que também vencia pela primeira vez o Mundial e de boa parte dos fãs da categoria. Para muitos deles, o título fez justiça a quem priorizou o esporte.

As últimas voltas do GP da Yas Marina, com a vitória de Vettel e as reações a ela, servem como um perfeito retrato que foi a temporada. Em 2010, a Fórmula 1 conseguiu reunir três de seus maiores atrativos: disputa acirrada pelo título, quebras de recordes e polêmica.

Vettel, direta e indiretamente, acabou protagonista dos três.

Na competitividade, porque conquistou o primeiro Mundial a ter quatro pilotos com chances de título na última corrida. E, claro, pelo fato de ter pulado do terceiro lugar para o topo da tabela de classificação na última prova.

Quando aos recordes, Vettel nem precisou dividir as atenções. Aos 23 anos e 4 meses, o alemão tornou-se o mais jovem campeão mundial, fechando uma série de marcas de precocidade que começou em 2006. Naquele anos, nos treinos livres para o GP da Turquia, ele foi o mais jovem a pilotar em um fim de semana de Grande Prêmio. Depois, vieram recordes de precocidade em pontuação, pódio, pole e vitória. Neste ano, o alemão fechou o ciclo.

No que diz respeito à polêmica do ano, envolvendo a ordem de equipe da Ferrari, Vettel tornou-se um protagonista acidental. O episódio da Alemanha fez a escuderia italiana uma vítima constante – de parte do público, da imprensa, de pilotos e equipes rivais. A Red Bull, então, surgiu como alternativa a um título de Fernando Alonso. E Vettel, mais carismático e habilidoso que Mark Webber, virou candidato a “justiceiro” da categoria.

O título do alemão, em uma equipe que em nenhum momento da temporada optou pelo jogo de equipe, acabou evitando uma discussão eterna sobre a legitimidade de um eventual tricampeonato de Fernando Alonso.
Mas a postura da Red Bull não sensibilizou a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A partir de 2011, o jogo de equipe está oficialmente liberado.

Alonso estreia na Ferrari com briga por título e mais uma polêmica

Entre 2007 a 2010 a Fórmula 1 teve três grandes polêmicas: a espionagem envolvendo Ferrari e McLaren, o acidente de Nelsinho Piquet no GP de Cingapura e a troca de posições ordenada pela escuderia italiana no GP da Alemanha.

É difícil encontrar qualquer relação entre elas. Mas há algo em comum. Nos três episódios, Fernando Alonso foi beneficiado, mesmo involuntariamente. Querendo ou não, o espanhol tem se tornado um ímã de polêmicas. Um personagem ao mesmo tempo amado e odiado.

Sendo assim, nada melhor do que correr na equipe que também é a mais amada e odiada da Fórmula 1. O casamento óbvio com a Ferrari, ensaiado durante anos de especulações e informações desencontradas, enfim começou em 2010.

O primeiro ano de Alonso em Maranello não terminou com título, mas mostrou que a relação pode ter um futuro brilhante.
Mesmo com um carro inferior ao da Red Bull durante dois terços da temporada, o espanhol venceu quatro corridas – incluindo a estreia, no Bahrein – e terminou o campeonato em segundo lugar, a apenas quatro pontos de Sebastian Vettel.

Além da disputa pelo titulo, Alonso conseguiu firmar-se como primeiro piloto da equipe. A condição ficou clara no GP da Alemanha, quando a equipe ordenou que Felipe Massa cedesse o primeiro lugar ao espanhol, que estava à frente no campeonato.

Depois do episódio, o bicampeão venceu outras quatro provas, e o brasileiro teve apenas dois terceiros lugares como melhor resultado.

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