terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Acuado por fracasso histórico, Roth explica: 'Esse é o tchan do futebol'

Ser derrotado logo nas semifinais do Mundial de Clubes por uma ‘zebra’ e se tornar o primeiro técnico de um time brasileiro na história a ficar fora da decisão intercontinental. De agora em diante, Celso Roth, derrotado pelo congolês Mazembe por 2 a 0 nesta terça-feira, terá que carregar esse fardo.

Em suas primeiras palavras depois do fracasso em Abu Dhabi, o treinador teve uma reação curiosa. Além de lamentar diversas vezes o fato de sua equipe ter falhado na finalizações, Roth emendou três frases que certamente não convenceram o torcedor colorado, bastante irritado pela eliminação.

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“Esse é a graça do futebol”, disse inicialmente o técnico. “Esse é o ‘tchan’ do futebol”, ampliou minutos depois o treinador, para, enfim, concluir. “O futebol tem momentos interessantes, como esse de hoje.” Roth referia-se sempre às poucas chances criadas pelo Mazembe, que transformou duas em gol, e às duas grandes zebras proporcionadas pelo clube africano - antes do Inter, já havia eliminado o Pachuca, do México.

De homem que liderou o Inter na conquista na Libertadores, o Celso Roth passa a ser um funcionário ameaçado de demissão. O próprio técnico sabe disso. “Tenho contrato com o Inter até 31 de dezembro. O Inter viveu um processo eleitoral, está definindo seu caminho – o novo presidente, Gioavani Luigi, assume em 2011. Vamos ver o que vai acontecer com a nova direção. Vamos deixar passar esse Mundial para ver.”

Os mesmos problemas

Também é improvável que os colorados tenham uma reação positiva ao saberem que Roth já conhecia o problema que, para o treinador, provocou a derrota para o Mazembe. "Saímos exatamente por aquilo que a gente previa: falta de conclusão. Oportunidades foram criadas. No mínimo seis nós tivemos. Até mais que isso, acho."

"O que faltou foi a finalização. Mérito do goleiro, mas também demérito nosso. É uma situação que já me preocupava e continua a me preocupar. O Internacional teve domínio completo do jogo sobre o Mazembe, que mereceu ganhar. Nosso problema continua sendo dominar e não converter.”

Os torcedores também deverão cobrar explicações sobre as substituições da equipe quando o placar ainda estava em 1 a 0 para o Mazembe no meio do segundo tempo. Explicação que Roth também não sabe explicar muito bem.

O Giuliano entrou bem, o Damião também. O Oscar entrou para dar uma movimentação maior ao time. Infelizmente, as alterações não tiveram nenhuma consequência. O Mazembe marcou e jogou a bola a todo momento para a frente com chutões. Geralmente, esta tática não dá certo."

"Tínhamos uma expectativa muito alta. O Internacional veio para o Mundial em 2006 - ano do primeiro título - e tudo que pudesse ocorrer era lucro. Neste ano não. A responsabilidade era muito maior pela própria qualidade na equipe que tem e que não foi feliz hoje. Nós nunca nos enganamos e sabíamos que esse primeiro jogo era o mais complicado. A decepção é muito grande, porque não adianta dizer que tivemos oportunidades. Melhor é quem ganha. O Mazembe aproveitou as oportunidades que teve", concluiu.

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