terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Profissionais defendem treinadores após declarações polêmicas de RivaldoO presidente e jogador do Mogi Mirim disse que treinadores têm apenas 20% de importância nos clubes
Mogi Mirim, SP, 10 (AFI) – Recentemente, o presidente e jogador do Mogi Mirim, Rivaldo (foto), deu uma declaração polêmica. O ex-meia da Seleção Brasileira disse que os treinadores têm apenas 20% de importância para os resultados, enquanto os jogadores são responsáveis por 80%. Em meio a essas declarações, o Portal Futebol Interior procurou ouvir alguns profissionais para saber suas opiniões sobre o assunto.

Desde que assumiu a presidência do Mogi Mirim, Rivaldo tem se metido apenas em polêmicas. A maior delas foi a dispensa de Roberval Davino, que vinha trabalhando com o elenco há dois meses e acabou sendo pego de surpresa.

O dublê de cartola e jogador também marcava alguns jogos-treinos sem comunicar a comissão técnica e não estaria satisfeito com a forte carga de treinamentos. O meia pentacampeão mundial também garantiu que quem manda no clube é ele e a palavra final sempre será do presidente, no caso o próprio. Por isso, quem quiser passar por cima de sua autoridade terá que pagar salários dos funcionários e jogadores.

Palavras de quem entende!
Presidente do Sindicato dos Treinadores de São Paulo, Mário Travaglini, preferiu não entrar em polêmica sobre as recentes declarações do meia pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira. Ele disse respeitar o o presidente do Sapão da Mogiana, mas acredita que treinadores e jogadores fazem parte de um mesmo grupo. Quando o time perde, todos acabam sendo pejudicados, mas quando ganha, o mérito também é de todo o grupo.


“É uma questão um pouco delicada, mas acredito que no futebol todos ganham e todos perdem, não tem que se dividir as responsabilidades. Jogadores e treinadores fazem parte de um mesmo composto", garantiu Travaglini - foto à esquerda - , que trabalhou por muito tempo como treinador. Em sua carreira grandes conquistas, como a Taça Brasil, pelo Palmeiras, em 1967, e o Campeonato Brasileiro de 1974, já no comando do Vasco da Gama.

Quem também acabou sendo ouvido pelo Portal FI foi o experiente Professor Zé Teixeira, que treinou muitos clubes como: Corinthians, Ituano, Santos, Portuguesa e América-SP. Exímio conhecedor, ele também não discordou 100% da opinião de Rivaldo, mas chamou a atenção dos treinadores. Segundo Teixeira, os jogadores precisam ter uma linha de conduta para conseguir render o máximo.

“Realmente não existe treinador bom se não tem jogador bom. O treinador tem a capacidade de reunir os jogadores, cada um dentro de suas características, fazer um bom ambiente e conduzir todos os detalhes. Se deixar para os jogadores resolverem os problemas do jeito deles não dará certo, pois cada um vai querer resolver do seu jeito. Se ele não tiver uma linha de conduta, ele vai render, mas não o máximo e é aí que entra o treinador”, explicou o professor Zé Teixeira.

Preleção!
Outro ponto questionado por Rivaldo foi a duração das preleções, aquela última conversa entre treinador e elenco antes dos jogos, realizadas nos vestiários. Segundo o presidente-jogador, a duração máxima teria que ser de cinco minutos. Zé Teixeira acredita que não adianta nada o comandante falar por diversas horas, sendo que o momento é apenas para trabalhar o psicológico dos atletas.

“O grande problema é que não adianta você falar bonito, por duas horas se você não treinou nada durante a semana. A preleção é o finalzinho do trabalho, trabalhando principalmente a parte psicológica dos jogadores, para eles assimilarem o que foi realizado durante a semana”, finalizou o ex-treinador.

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